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quinta-feira, 19 de março de 2015

PENA DE MORTE

Entre os que advogam o estabelecimento da pena de morte em nosso país, há os que relacionam objetivos precisos para sua tese. Entre eles, o que surge em primeiro plano é o de higienizar a sociedade. Afirmam que a sociedade pode ser comparada a um organismo enfermo. A fim de preservar a vida do corpo, opta-se pela amputação do membro doentio, evitando-se que a problemática se espalhe, semeando doença irreversível. Sem nos esquecermos que, no organismo, determinados órgãos como coração e cérebro, por exemplo, não podem ser simplesmente descartados, pois lhe são indispensáveis, tratemos da questão saneamento da comunidade. Basta que alonguemos o olhar para a rua e defrontaremos de imediato um vasto panorama a ser higienizado. Falamos dos bolsões de miséria que desfilam pelas ruas. São crianças sujas acompanhando mães maltratadas, empurrando a vida de esquina a esquina, freqüentemente revolvendo lixo à cata de algo aproveitável para saciar a fome. Velhos maltrapilhos movendo-se com lentidão e dificuldade entre a multidão apressada, estendendo a mão à caridade pública. Deficientes de variadas condições, rastejando pelas calçadas, esfolando mãos e joelhos, rogando esmolas. Ao longo das rodovias, barracos infectos cobertos precariamente com plásticos e latas. Visão que enfeia a paisagem de qualquer cidade. Pode-se iniciar portanto higienizando as ruas, as calçadas, as rodovias, propiciando amparo à mãe sozinha, emprego que lhe garanta o mínimo de sustento aos filhos. Podemos organizar um mutirão de corações devotados e modificar a paisagem, com pregos, madeiras, tijolos e disponibilizar condições mais humanas de habitação aos que padecem entre paredes quase a cair. Podemos providenciar asilo e amparo ao idoso enfermo, ao deficiente carente. E que dizer da paisagem tristonha dos que desconhecem as letras do alfabeto? Basta olhar ao redor para descobrir o bando de almas infantis que deveriam estar freqüentando os bancos escolares e se encontram pelas ruas, a mendigar, a recolher papéis, a vender bugigangas somente para conseguir uns trocados. Pobre infância, fanada em pleno desabrochar. Iletrados crescerão e na escola das ruas aprenderão as lições duras da lei do mais forte, do mais esperto. Urge higienizemos o panorama, propiciando a escola com alimentação adequada, encaminhamento e incentivo a pais e filhos para a freqüência. Mostrar-lhes o valor da escola, a riqueza do saber. Há, sim, muito ainda a higienizar. Higienizar as comunidades carentes das tantas enfermidades que as dizimam, sem acesso ao medicamento, ao médico, aos exames clínicos e laboratoriais. Se nosso intuito for melhorar a sociedade, desvencilhando-¬nos do que a torna agressiva, incômoda, há um largo programa de trabalho a desenvolver. Não há necessidade de matar o semelhante, mesmo porque, investindo-se na educação, na alimentação, na ocupação útil, na saúde, diminuirá potencialmente o número daqueles que caminham a passos largos rumo à criminalidade. É importante deter-lhes o passo antes que se precipitem nas vielas escuras do erro e das paixões grotescas. * * * Se acendermos a lâmpada do alfabeto na mente de um pequenino, ele poderá descobrir as riquezas do Universo e todas as coisas que nele existem. Isto se chama caridade.

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