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quarta-feira, 18 de março de 2015

O LÍDER

“São os teus olhos a lâmpada do teu corpo; se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; mas, se forem maus, o teu corpo ficará em trevas. Repara, pois, que a luz que há em ti não sejam trevas.” (Lucas 11.34-35) Na minha adolescência eu tive o privilégio de trabalhar em uma editora onde pude crescer muito profissionalmente, graças à diversidade de departamentos que compõem uma editora. Por trabalhar no departamento de arte, setor que primeiro recebia o serviço a ser executado, eu tinha a oportunidade de visitar todos os outros departamentos da empresa tão logo terminava o meu serviço. Essa rotina me possibilitou aprender o ofício de todos os outros setores, gerando em mim a autoconfiança para fazer ainda melhor tudo o que eu desenvolvia. Apesar do meu desenvolvimento na empresa, uma coisa me chamava muito a atenção: o rodízio de profissionais. Eu não entendia por que tantas pessoas, comprovadamente capazes, vinham e iam sem nenhum motivo que justificasse a saída delas. Entretanto, eu permanecia. Hoje eu sei que a boa mão do Senhor me conduzia com vistas a propósitos bem definidos por Ele, que pelejava por mim em todas as situações. Por isso, todos os intentos para me prejudicar eram malogrados. Eu procurava entender então a atitude dos gerentes de departamento, que só apresentavam ao patrão relatórios negativos contra aquelas pessoas tão competentes. Pude perceber que era tão somente um grande despreparo, medo e insegurança daqueles homens que, embora estivessem na liderança, não conseguiam discernir o potencial dos seus subordinados, não tinham visão de investimento em seus funcionários pretendendo maior capacitação dos mesmos, que indubitavelmente elevaria a produtividade da empresa. Essa conduta geraria satisfação e crescimento para o funcionário e aumento de lucro para a empresa. Um procedimento que funciona como o eco: você grita “sucesso!” e o eco responde “sucesso, sucesso, sucesso…”. Mas se alguém gritar “estagnação” o eco vai devolver “estagnação, estagnação, estagnação…”. Aqueles líderes não tinham o enfoque correto da situação. Que pena! Liderar é uma tarefa das mais difíceis de ser desempenhada. Contudo, para nosso descanso, o Senhor Jesus deixou uma linda lição que nos ensina como ser verdadeiros líderes. Jesus não apenas liderava, mas formava líderes. Creio que esta seja a principal razão de, até hoje, líderes continuarem sendo formados a partir de Cristo. Ele sabia que a Sua natureza terrena teria fim e preparou pessoas para continuarem a Sua obra. Quanto mais nós devemos ser conscientes de que não somos eternos nem os únicos. Precisamos ser humildes para sermos grandes a ponto de perpetuar o nosso trabalho por meio dos nossos liderados. Se todos os líderes tiverem essa visão cristã, certamente essa cadeia geradora não será interrompida até a volta de Cristo – o Mestre dos líderes. A humildade e a perspicácia de Jesus O tornavam um líder ímpar. Ele caminhava com os Seus discípulos, respeitando as peculiaridades de cada um. Ninguém surpreendia Jesus, que soube lidar com todas as situações decorrentes das características tão distintas dos Seus discípulos. A visão de Jesus não se limitava às aparências. Ele tinha a habilidade de ir além da alma humana para alcançar o seu espírito. Prova disso, é que Jesus escolheu um dos discípulos, considerado como um grande “problema” em todos os níveis, para ir Consigo até o final, porque enxergou o seu coração e viu o grande potencial que aquele discípulo nem mesmo sabia que possuía. O propósito do Senhor aqui na terra era claro e bem definido: Treinar os Seus discípulos para realizarem obras maiores do que as que Ele realizou aqui na Terra. Ele ensinou para os discípulos que o mais importante não era o tamanho da obra, mas o alcance da influência sobre a vida dos Seus liderados, provocando neles a fidelidade espontânea, que os motivava a caminhar dentro dos padrões que lhes foi estabelecido. E eles morreram pela causa! Alguém pode dizer: “Mas para Jesus era simples e fácil, afinal, Ele era o Senhor, homem, mas Deus.” Seria mesmo? Com certeza não. Jesus abriu mão da Sua majestade para tornar-Se como homem e viver entre os homens, relacionando com Seus discípulos com simplicidade. O Seu coração esteve permanentemente fiel ao propósito que Deus estabelecera para tudo o que Ele viera fazer aqui na Terra. Certa vez, Jesus discerniu a presença de Satanás na vida de Pedro. Se essa situação fosse vivida hoje, com certeza Pedro seria visto como um satanista no meio do povo de Deus. Jesus não Se intimidou nem Se escandalizou com a atitude do Seu discípulo. Tampouco o excluiu do grupo. Ele tratou o problema do Seu liderado sem abandonar o liderado. Jesus ordenou que Satanás se retirasse de Pedro que continuou caminhando com o Mestre. A postura do Líder permitiu que o propósito de Deus para a vida de Pedro não fosse alterado. Mais tarde, o mesmo homem que fora usado pelo diabo para tentar manipular o Senhor Jesus e fazê-Lo negar a sua fé, foi chamado para ser o fundador da Sua Igreja. Jesus não desiste das pessoas por causa das suas limitações, Ele trata a pessoa, ultrapassa a limitação e cumpre o Seu propósito. Jesus foi um Líder impecável. E Ele nos deixou todas as lições que nos ensinam como ser líderes capazes de manter um grupo de liderados fiéis por amor. Pedro chegou ao fundo do poço, ele não sabia mais o que fazer, estava arrependido do seu erro. Havia negado a Jesus e não se achava digno de ser um apóstolo do Senhor. Mas Jesus o escolheu, o lugar era de Pedro, ninguém poderia usurpá-lo. Quando Jesus aparece para os discípulos, ressurreto, Ele marca um encontro com todos e pede para chamar Pedro. Ele fala o nome do apóstolo. Nunca devemos nos esquecer de que é o Senhor quem escolhe. É Ele quem determina e faz cumprir. Não podemos nos interpor neste “dueto” que coopera para o reino de Deus. Se assim fazemos, perdemos a oportunidade de formar uma outra “dupla” que exaltará o nome de Deus. Precisamos permitir que o Senhor trate conosco, que nos discipline, pois se não o fizermos, nenhuma luz brilhará através de nós. Geralmente quando julgamos alguém, o fazemos a partir de nós mesmos, ou seja, vemos o outro com os olhos da nossa alma. O nosso julgamento vai refletir o que somos por dentro. Discernimento é um dom de Deus. Se a luz que há em nós é somente trevas, se apenas enxergamos o mal nas pessoas, incorremos no erro de manipular nosso ministério e, inadvertidamente, arrancar o trigo pensando que é joio. Imagine se Jesus condenasse Pedro quando ele, sugerido por Satanás, tentou anular o propósito de Deus em Sua vida. Pedro seria um homem destruído e as consequências seriam nefastas. Jesus usou de autoridade e não de autoritarismo. Ele não “passou a mão na cabeça” de Pedro. Imediatamente Ele repreendeu o mau e a vida continuou. Quantos potenciais são reprimidos e têm o propósito de Deus adiado em suas vidas. Quantos ministérios levantados por Deus não prosperam por falta de discernimento e excesso de manipulação. O diabo se aproveita dessa legalidade e vai minando os relacionamentos até enfraquecer o grupo, fazendo dele grupinhos isolados, totalmente fora do propósito de Deus, que se consideram os “tais”, a “bola da vez”, mas que são responsáveis pela deterioração do ministério. Pedro não era ninguém, e Jesus sabia disso. Mais tarde, depois de negar Jesus por três vezes, Pedro pôde tomar consciência dessa verdade. Mas Jesus não o abandonou, mas acreditou nele. Pedro, amado e tratado, não foi o mesmo. Ele se redimiu e foi fiel ao seu Senhor até a morte. E a maravilhosa obra que fora estabelecida por Deus chegou a cabo. Quem capacita é Deus. É Ele quem escolhe e unge para toda obra. E, ai daquele que se coloca como obstáculo, pois nenhum propósito de Deus é frustrado. Busquemos o discernimento. Permitamos que a luz que há em nós faça sobressair a luz que há no nosso semelhante, e não deixemos que a soberba sutilmente tome conta do nosso coração. Façamos a nossa parte para que o propósito de Deus não seja interrompido por manipuladores. Ninguém tem um ministério eterno aqui na Terra. Estamos aqui com um propósito: Preparar pessoas para fazer muito mais do que o que estamos fazendo para Deus. Jesus fez isso com Seus discípulos, Ele não desenvolveu um ministério medíocre, marcado pela insegurança. Ao contrário, por meio do Seu ministério Ele demonstrou firmeza aos Seus discípulos e promoveu no interior de cada um, segurança, determinação e perseverança. Todos os discípulos depois da ultima reunião estavam dispostos a morrer por Cristo, se preciso fosse, porque haviam entendido o propósito de Deus para suas vidas. Vemos na Bíblia muitos exemplos de reis que treinavam os seus soldados para guerrearem e morrerem em seus lugares. Os vassalos davam a vida pelo rei. Isso não mudou muito, ou nada mudou! O que vemos pelo mundo afora são soldados morrendo em nome da pátria, em nome de ideais que eles mesmos nem compartilham. Mas o líder os treinou para morrerem em seu lugar. Entretanto, algo surpreendente aconteceu no reinado de Jesus. Ele foi um Rei cuja coroa não tinha ouro nem pedras preciosas, mas espinhos e sangue; em vez de palácio, Ele não tinha onde reclinar a cabeça; no lugar de banquete, Ele se assentava com os pecadores e Se dava aos doentes. No Seu reino não havia muros, mas um grande aprisco. Ele não condenava, mas a todos libertava com o perdão. Um Rei que ensinou o amor, viveu o amor e morreu por amor. Ele não exigiu que os Seus “soldados” morressem por Ele, ao contrário, Ele deu a Sua própria vida em resgate de todos eles. Jesus morreu pelos Seus. Que atitude fantástica! Que exemplo incomparável! O amor desse Rei constrange o nosso coração e nos leva a uma profunda reflexão. Quando estamos no centro da vontade de Deus, permitindo que o Seu propósito se cumpra em nossa vida, então, estamos seguros e nada precisamos temer; nada nos abalará, porque sabemos que o nosso General está à nossa frente pelejando por nós. Passamos por caminhos que não existem, criados exclusivamente para nós, lugares jamais percorridos por outra pessoa, atravessamos desertos e somos inabaláveis porque estamos sendo conduzidos pelo Senhor. Vida e ministério sob o controle de Deus. O mau que nos sobrevir servirá apenas como degraus que nos levarão ao cume da montanha, tempo em que o Senhor nos exaltará, tempo de Deus, quando pisaremos o mal e glorificaremos ao Pai. Vale a pena investir nas pessoas e não sermos líderes omissos, nos enganando ao pensar que a nossa liderança é eterna. Isso é engano. Vamos discernir e agir dentro do propósito do Senhor. E todos seremos vencedores. “… se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso…”

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