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quarta-feira, 9 de março de 2016

O ESPINHO NA CARNE DE PAULO

O ESPINHO NA CARNE DO APÓSTOLO PAULO "Para que não me ensoberbecesse com a grandeza das realizações, foi-me colocado um espinho na carne, Mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de que não me exalte. Por causa disso, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então Ele me disse: a minha Graça te basta..." 2 Coríntios capítulo 12 versículos 7 a 10 O "espinho na carne" que Deus deu a Paulo sempre causou muitas dúvidas, tanto em relação à causa do sofrimento do apóstolo, como também no que se refere ao motivo pelo qual ele teve que passar por aquele tormento. Inúmeras teorias têm sido propostas, a maioria delas propondo que o "espinho" foi uma doença física - como malária, epilepsia ou problema nos olhos - ou de natureza emocional. Alguns estudiosos chegam até mesmo a dizer que o apóstolo enfrentou um problema de ordem sexual que nunca conseguiu superar completamente. Essas explicações nunca me convenceram completamente. Sempre pensei que essas teorias ou são ideias absurdas (como as questões de natureza sexual) ou não explicam o impacto desse "espinho" na vida de Paulo. Afinal, o apóstolo foi homem de grande coragem pessoal, que passou por naufrágios, prisões e fome (2 Coríntios capítulo 11, versículos 16 a 33) e nunca se impressionou com essas enormes dificuldades como fez com o tal "espinho". Um problema, para ter tão grande impacto na vida dele precisaria estar diretamente relacionado com aquilo que Paulo mais prezava: seu ministério de evangelização e pastoreio de igrejas. Recentemente, li um estudo que finalmente me convenceu, pois sua conclusão vai exatamente na direção a que me referi acima: a resposta do enigma está no ministério de Paulo. E é essa explicação que vou dividir com vocês hoje. Vou começar lembrando que Paulo faz, nos capítulos 11 e 12 de 2 Coríntios, uma ampla discussão sobre suas fraquezas (leia esses capítulos, se tiver tempo, antes de prosseguir na leitura deste post). E ele começa o capítulo 11 falando dos falsos profetas, líderes religiosos que desviavam os fiéis dos seus caminhos e eram verdadeiros enviados de Satanás (versículos 13 a 15). Ora, há precedentes no texto bíblico de chamar pessoas que sejam inimigas do povo de Deus de "espinhos" que incomodam - veja por exemplo Números capítulo 33, versículo 55. Portanto, é entre os falsos profetas que o "espinho" na carne de Paulo deve ser procurado. E essa explicação encontra suporte no fato de que, logo após falar que seu "espinho na carne" era um mensageiro de Satanás (ver texto acima), Paulo voltou a citar os falsos profetas (capítulo 12, versículos 11 e 12). Mas será que Paulo sofreu mesmo algum tipo de perseguição desse tipo? Sim e os relatos da Bíblia nos contam que, quando Paulo tentava implantar uma nova igreja cristã, durante suas viagens missionárias, sempre enfrentava a oposição de um grupo de pessoas que procurava desacreditar seu trabalho e difamá-lo. Há inúmeras referencias a esse tipo de situação - por exemplo, Atos dos Apóstolos capítulo 13, versículos 50 a 52; capítulo 14, versículos 2 a 6 e 19 a 22; e capítulo 17, versículos 5 a 9. Uma oposição tão constante não aconteceu por acaso. Foi obra de um grupo de pessoas que detestava o ministério de Paulo e se organizou para atrapalhar seus passos (Gálatas capítulo 1 versículo 7; capítulo 5, versículo 12). Esse grupo deve ter tido um líder e, provavelmente, é a essa pessoa que Paulo se referiu como o "espinho" na sua carne. Três vezes Paulo pediu que Deus removesse esse homem do seu caminho, pois era fonte de tormento, frustração e embaraço. Mas Deus respondeu que não ia fazer isso e sua Graça seria suficiente - já perto do final da sua vida, Paulo refletiu sobre o que passou naquela época, na Galácia e como Deus sempre o apoiou (2 Timóteo capítulo 3, versículos 10 e 11). Agora, quem perseguia Paulo? O próprio apóstolo nos falou (2 Corintios capítulo 11, versículos 19 a 23) que eram judeus (hebreus) convertidos ao cristianismo, originários da igreja de Jerusalém, mas provavelmente operando fora da orientação de Tiago, irmão de Jesus, que liderava aquela comunidade. A razão para seu ódio derivava de verem o apósotolo Paulo como um herege, pois o apósotolo defendia que as pessoas não precisavam seguir os mandamentos da lei Mosaica (circuncisão dos homens, restrições alimentares, dentre outros) para seguir o cristianismo. Para Paulo, bastava a fé em Jesus para fazer da pessoa um cristão, posição que acabou aceita por toda a igreja cristã. O que aconteceu com Paulo não é incomum no meio cristão. Já aconteceu com muita gente boa, como Lutero, Wesley e Martin Luther King, e vai continuar a acontecer. Muitas pessoas cometem o erro de atrapalhar o trabalho dos enviados por Deus tornando-se, consequentemente, mensageiros de Satanás, achando que estão lutando pela fé verdadeira, preservando os princípios mais puros do Evangelho de Jesus Cristo. São pessoas bem intencionadas, mas que cometem erros terríveis. E foi assim que aconteceram a Santa Inquisição, a conversão de judeus à força na Espanha em em Portugal, a caça a mulheres apontadas como bruxas nos Estados Unidos e tantos outros episódios vergonhosos. Infelizmente, tas "espinhos" na carne dos enviados de Deus são muito frequentes.

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