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quinta-feira, 8 de setembro de 2016

CONGREGAR

Uma das características mais marcantes para mim nos tempos atuais da igreja evangélica em nosso país, é o descrédito crescente que vem tomando conta na cabeça de muitos com relação à igreja. Isso tem se dado em face de sucessivos escândalos, principalmente de corrupção, abusos de pastores gananciosos que querem enriquecer se valendo da heresia da Teologia da Prosperidade, manipulação de fiéis, em suas fraquezas emocionais, etc. Chegou-se a um nível tal de desesperança que hoje já temos uma situação inimaginável até há pouco tempo atrás: comunidades para cuidar dos “desigrejados”, ou seja, aqueles que dizem continuar cristãos, porém, sem qualquer vínculo com igrejas, já que se sentem feridos e amargurados (muitos com razões) com as igrejas que pertenciam. Porém, tenho visto em alguns locais como estes que cito, uma impressionante empáfia de muitos ali como se agora tivessem se tornado “cristãos de 1a classe”, “mais evoluídos”, passando um tempo absurdo, falando mal do que rotulam de “circo gospel”. E aí, a pergunta que aparece na cabeça de muitos é: Eu preciso estar dentro de uma igreja? Ainda que eu esteja certo de que ninguém é salvo por pertencer a uma igreja X ou Y, eu poderia dar uma resposta singela a esta pergunta, apenas citando o que o autor da Carta aos Hebreus diz, ao condenar claramente a atitude de indivíduos que deixam de congregar, porque negligenciam seu papel importante na edificação mutua (Hebreus 10:23-27). Ademais, há outras passagens bíblicas que exigem a participação em reuniões da igreja, como para participar da Ceia do Senhor (1 Coríntios 11:17-34), resolver questões de pecado na congregação (1 Coríntios 5:4-5), juntar ofertas (1 Coríntios 16:1-3; Atos 4:36-37; 5:1-2). Porém, pessoalmente, nunca gostei de gente que apenas cita versículos bíblicos para justificar o que devemos ou não fazer, ou apenas invoca que aquilo é um PECADO, se não cumprirmos com o que está escrito, em tom muitas vezes meramente moralista e sem nenhum amor na exortação. Isto porque, sempre pensei que muito mais importante do que citar versículos é a pessoa tomar consciência de que aquilo que a Bíblia traz é o melhor para sua caminhada por este mundo, do que simplesmente impor uma espécie de “dogma”, que se encerraria apenas na citação da passagem bíblica. Neste sentido, é que eu vejo como fundamental na vida cristã, o congregar em uma igreja. Quantas e quantas vezes já me deparei ao longo da vida, quando estava pra baixo, sem ânimo, e indo ao culto, ou participando do louvor, mesmo sem nada aparentemente de especial, voltei renovado para casa, com outra perspectiva, com uma alegria que não sentia há dias. É algo difícil de explicar humanamente, com palavras simples, mas é o mover do Espírito Santo. Fora que não podemos esquecer que o Cristianismo é, por excelência, uma fé relacional. E essa fé vem pelo ouvir das palavras, do contato com os irmãos, que trazem testemunhos e que nos abençoam, ainda que quando falo de relacional isso não se circunscreve à igreja, até porque tem gente que é um dentro da igreja e fora é outro totalmente irreconhecível para os demais irmãos de fé. É claro que nas igrejas sempre haverá picuinhas, desavenças, inveja, mas, muitas vezes o que vai ser determinante ali para nós é a forma como vemos as coisas, a começar se estamos ali mais para pertencer a um grupo social, para nos sentirmos integrados, ou, se, de fato, estamos ali para adorar a Deus. Se a igreja virou apenas um consolo, uma válvula de escape, para aplacar a nossa solidão, há algo errado aí e que precisar ser refletido no nosso interior. Por outro lado, se nos negamos a ir a uma igreja, a nossa tendência natural é da nossa fé ir se apequenando, esfriando ao longo do tempo, ainda que não admitamos isso. E penso assim porque esse mundo ele é pautado no materialismo, no apego à tríade “dinheiro, sexo e poder”. Em um ambiente assim, é complicado a pessoa conseguir se manter espiritualmente forte e com o foco em Jesus. Concluo, esta pequena reflexão no sentido de que Deus possa estar renovando o nosso amor pela sua noiva, mas, ao mesmo tempo, dando-nos a consciência de que até mesmo a igreja pode virar uma espécie de “ídolo” se o nosso Cristianismo se resumir as quatro paredes ali, e não se externar em uma fé que traga alento e uma palavra de esperança para esse mundo em que estamos vivendo.

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