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segunda-feira, 23 de maio de 2016

ABRAÇAR

Podemos manter as pessoas distantes de nós. É mais seguro. Não saberão de nós o que não queremos que saibam. Não serão inconvenientes nas nossas horas. Não nos pedirão favores simples ou incômodos. Não nos obrigarão a sorrir para elas. Não teremos que ir a suas festas, nem lhes levar nossas presenças e nossos presentes. É claro que não seremos deselegantes e trocaremos cumprimentos. Nunca ficaremos decepcionados. Podemos manter as pessoas próximas de nós. Algumas nos decepcionarão. Outras não corresponderão. Saberemos seus nomes completos, trocaremos sorrisos e talvez presentes. Seremos inconvenientes algumas vezes, mas não nos importaremos: faz parte da nossa amizade. Elas nos incomodarão e até nos obrigarão a sair de casa quando não queremos, mas não nos importaremos: a amizade cresce na alegria do encontro. Saberemos das coisas umas das outras e talvez até troquemos e tranquemos segredos. Todas as vezes que nos encontrarmos, começaremos com um abraço. Quando nos despedirmos, não sairemos sem um abraço. Os amigos se encontram, se falam, se beijam. Os amigos se tocam. Alguns de nós podemos ter dificuldades para tocar. Quase sempre essa nossa possível secura vem de longe, talvez da casa da cultura de nossa terra ou apenas da nossa infância. Pode ser que tenha nascido conosco por causa de uma frustração que nos tornou duros. Se somos duros, podemos ser suaves. Se somos distantes, podemos ser próximos. Se não nos ligamos aos outros, podemos nos ligar. Nós somos capazes de mudar nossos hábitos, quando não os aprovamos. Podemos abraçar. Abraçar se aprende.

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