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quinta-feira, 19 de maio de 2016

decepção

Dos sentimentos que podem nos acometer, o pior é o da decepção. O medo dominamos. A depressão superamos. O ódio vencemos. A ansiedade controlamos. A tristeza negamos. A inveja educamos. Embora dolorosos, estes sentimentos têm faces claras, que podem ser percebidas e enfrentadas. Mas o que dizer da decepção? A decepção decepa o que temos de melhor em nós, que é confiar. Quando confiamos, amamos, sonhamos, trabalhamos, realizamos, entregamo-nos e nos sacrificamos. Se confiamos, podemos até morrer felizes, pela convicção que do outro lado do rio encontraremos o Pai Eterno a nos aguardar. A decepção é confusa. Ela pode decorrer de uma expectativa que se frustrou. E neste caso, quanto maior a expectativa, maior é a chance da decepção. Nem sempre, no entanto, a decepção nasce da frustração. São muitas as forças que produzem a decepção. Ela pode ser a consequência natural do cansaço. Ao cansado faltam forças para acreditar que a vida vale a pena. A decepção pode ser o sintoma visível de um transtorno emocional ainda discreto, mas que emite seus primeiros sinais para advertir que há algo errado conosco. A decepção pode ser gerada pela solidão, quando sentimos que temos que decidir e fazer tudo, sem que que recebamos ajudas ou palavras de estímulo. A decepção pode ser ainda, diferentemente, filha da força da maturidade. Estamos, neste caso, deixando de ser ingênuos, e isto dói, como se perguntássemos: "tem que ser assim?" A decepção deve nos ensinar a formar expectativas que sejam realistas. Somos realistas quando -- numa demonstração de sabedoria -- não esperamos demais nem dos outros nem de nós mesmos.

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