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sábado, 7 de maio de 2016

INIQUIDADE

“E, por se multiplicar a iniquidade ou maldade, o amor de muitos esfriará” (Mt 24.12). Este é o diagnóstico preciso do Senhor Jesus. Já vivemos esse tempo. Dentro e fora das igrejas temos constatado a multiplicação da maldade, da injustiça e a diminuição drástica ou o esfriamento do amor. São muito poucos os que se importam com as necessidades, mazelas do próximo. O nosso tempo é de egoísmo, personalismo e estilismo. As pessoas estão ficando cada vez mais fúteis, preocupadas com o exterior ou com a aparência, vazias, sendo dominadas pela tecnologia fácil. Estão cada vez mais robotizadas. Computadores, celulares e outros aparelhos eletrônicos dominam os incautos. Utilizar a tecnologia para o bem pessoal e comum é uma coisa, mas ser dominado por ela, é outra bem diferente. O que temos notado regularmente é que as pessoas estão mais voltadas para coisas do que para o próximo. O amor de muitos está se esfriando como o incidente da rampa de ciclismo Tim Maia arrancada pela enorme onda no Rio de Janeiro. O corpo de uma das vítimas estava na areia da praia e logo ao lado estava um grupo de homens jogando futebol. Quanta insensibilidade, frieza diante da dor do próximo, da família da vítima; quanta falta de respeito, de valor à vida! Que lástima. O homem tem sido mais insensível do que os animais. Na verdade, ele tem vivido mais pelos instintos do que pelo sentimento, pela solidariedade e pela empatia. A multiplicação da maldade tem cauterizado mentes e corações. A natureza má, perversa de Adão tem permeado a sociedade e, muitas vezes, os ambientes eclesiásticos, determinando os relacionamentos. A vida do ser humano tem valido muito pouco. Por causa de dez reais o viciado que não paga ao traficante perde a sua vida. Jesus nos ensina que uma vida vale mais do que o mundo inteiro. Aqui temos um duro contraste entre o sistema deste mundo e os valores do Reino de Deus, do evangelho de Cristo. Jesus afirmou categoricamente que o diabo veio matar, roubar e destruir (João 10.10). E ele tem feito estragos sem precedentes na história. Jesus veio para nos dar vida e esta em abundância. Vida de significado, que se importa com o próximo e o irmão. Que possui valores nobres. Valores do Reino de Deus. Que vive com entusiasmo a comunhão com Deus por meio de Cristo, e a comunhão com o próximo. Onde entra o evangelho a iniquidade é vencida e o amor aumenta. Notamos aqui a radicalidade do evangelho de Cristo, que é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê (Rm 1.16). Onde o Reino de Deus entra há amor, justiça, paz, humildade e mansidão. A solidariedade é abundante. O amor percorre os meandros da sociedade e da Igreja. Por essa razão, temos um compromisso de pregar o evangelho em todo o lugar, a todo o homem e ao homem todo. Só o evangelho de Cristo é capaz de curar a esquizofrenia presente na sociedade e na igreja. Sabemos que o evangelho de Jesus é suficiente para mudar o coração, tirar o coração de pedra (o coração da maldade, iniquidade) e colocar o coração de carne (o coração da bondade, da sensibilidade, da empatia). O coração transformado pelo Senhor Jesus Cristo se importa com a dor, com a mazela e com o sofrimento do próximo. A parábola do Samaritano contada por Jesus é muito clara nessa direção (Lc 10.25-37). A impetuosidade da maldade, da iniquidade ou injustiça avança contaminando nossas famílias, viciando nossos filhos e netos, tornando-os robôs dominados pela força da tecnologia, condenados a relacionamentos pragmáticos e programáticos. A centralidade do ego precisa dar lugar a centralidade de Cristo. A volúpia do ter precisa dar lugar ao equilíbrio do ser. O amor às maquinas precisa ceder lugar ao amor às pessoas. A interação com os instrumentos tecnológicos deve dar lugar à interatividade moldada pelo coração. Não é a iniquidade ou a maldade que precisa ser multiplicada, mas o amor, a solidariedade, a empatia e a cumplicidade. Não podemos nos conformar com o avanço de um sistema escravizador, pernicioso, doentio e assassino. O mundo é um sistema que deve ser execrado. João nos ensina a não amar o mundo, o sistema perverso que está posto (1 João 2.15-17). A nossa caminhada cristã é na contramão do sistema, mas com profundo amor pelas pessoas que estão nele. Não permitamos que o amor esfrie dentro de nossas famílias, igrejas e sociedade. Que Cristo – Aquele que nos amou dando a Sua própria vida por nós – seja tudo em nosso ser para a glória do Pai (Cl 3.11).

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