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quarta-feira, 16 de novembro de 2016

O GRANDE DESAFIO DO HOMEM

Imagine a cena. Em uma reunião de homens, todos amigos, um deles, talvez o mais respeitado, dirige-se à frente e começa um discurso eloquente, elogiando alguns de seus melhores amigos que estavam ali presentes e saudando os demais colegas. Em seu discurso, ele relembra momentos que passara com alguns deles e deseja bons momentos no futuro. Os homens ouvem, riem e brincam uns com os outros. As mesas estão fartas, há taças com bebidas para todos eles. Entre um elogio e outro, eles brindam as honras que são feitas. Ao final do discurso, o homem o encerra com os seguintes dizeres: “Homens! Mantenham-se vigilantes!” Os homens concordam e acenam com suas cabeças. “Mantenham-se firmes na fé!” Mais uma vez eles concordam e alguns até brindam, um deles até esboça em seu braço aquela famosa tatuagem “foco, força e fé”. O orador continua: “Sejam homens de coragem!” Alguns batem nas mesas, enquanto outros acenam e concordam, eles estão gostando do que ouvem. “Sejam fortes!” Os homens urram e batem no peito, alguns levantam e brindam, aos gritos de “isso aí” e “é verdade”. E então o homem respeitado diz: “façam tudo com amor”. Silêncio. Eles se entreolham sem entender muito bem. O homem encerra seu discurso e senta-se em seu lugar. Alguns homens começam a rir e caçoar das ultimas palavras, enquanto outros voltam a se vangloriar por sua força e coragem. Se você é homem e imaginou a cena, provavelmente faria parte do grupo que achou as ultimas palavras do homem que discursava uma bobagem. Pois é, a maioria de nós homens, ainda que jovens ou adolescentes, acharia. Mas estas são exatamente as palavras que o apóstolo Paulo escreveu aos homens em sua carta à igreja de Corinto ao final de sua carta. Ele disse: “estejam vigilantes, mantenham-se firmes na fé, sejam homens de coragem, sejam fortes. Façam tudo com amor”. (1 Co 16.13,14). Todo homem que se preze gostaria de ser reconhecido por sua força ou coragem, ou até mesmo por ser um grande homem de fé. Mas poucos são os que conseguem vencer o seu ego e o desejo por reconhecimento, para buscar estas virtudes por amor. Paulo, nesta carta, mostra como os homens da igreja estavam sendo omissos em muitas áreas, e principalmente, mais preocupados com o seu status do que com o “status” de Cristo na igreja. Até mesmo as mulheres começavam a lutar por destaque nos cultos. Basicamente, o desafio de Paulo nestes dois versículos é para que os homens não busquem terem suas capacidades ou conquistas reconhecidas, mas para que usem estas mesmas capacidades para servirem os que estão à sua volta. É realmente um desafio para nós homens, independentemente da idade, reconhecermos que devemos lembrar-nos dos que estão à nossa volta e pararmos de olhar somente para o nosso umbigo. O egoísmo nos persegue de tal forma que deixamos que até o nosso relacionamento com Deus seja afetado. Basta olharmos para as igrejas de hoje. Em sua maioria, faltam referencias masculinos de piedade e devoção. Se olharmos para as reuniões de mulheres na igreja e compararmos com as reuniões masculinas, as mulheres sempre estão à frente, em numero e entusiasmo. Quando decidimos fazer uma reunião de oração, elas são a maioria. Quando um líder precisa de alguém para trabalhar, elas são as mais eficientes. Onde estão os homens? Provavelmente, usando toda a sua força e coragem em coisas que os interessem. Não é a toa que como um de meus professores disse no seminário, “hoje a fé tornou-se algo para mulheres, crianças e idosos”. Realmente, parece que a fé tornou-se sinônimo de fraqueza, e, portanto, algo a que os homens, mesmo cristãos, buscam evitar. Deus nos chama para algo muito mais difícil do que conquistar grandes coisas ou simplesmente vivermos para nossa satisfação. Deus nos chama para amá-lo, e assim, amarmos os que estão ao nosso redor. O grande rei Davi, o maior rei de Israel, que conquistou tantas coisas e foi reconhecido pelo próprio Deus como sendo um homem segundo o seu coração (At 13.22), escreveu: “os sacrifícios (as obras) que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás” (Sl 51.17). Davi, que fez mais do que qualquer um de nós talvez algum dia faça, reconhecia que muito mais do que aquilo que fazemos, Deus esta preocupado com a atitude do nosso coração diante dele. E isso é realmente difícil para nós homens, pois envolve humilhação e quebrantamento, coisas que nosso egoísmo abomina. Quando foi a última vez que você homem, jovem ou adolescente gastou algum tempo orando por outra pessoa? Especialmente por alguém fora de sua família? Qual foi a última vez em que você humildemente se colocou diante de Deus reconhecendo seus erros e pediu para que Ele o ajudasse a vencê-los? Quando foi a última vez em que ao ver uma necessidade em sua igreja, ou uma oportunidade de servir a Deus em sua escola, faculdade ou trabalho, você diante de Deus disse “eis-me aqui”? Para essas coisas é preciso muita força e coragem, exatamente por ser necessário muito amor. Quer ver algo difícil para nós homens? Quando foi a última vez em que você diante de Deus em oração, chorou por algum pecado seu cometido? Ou então por ver irmãos em Cristo se afastando da igreja? Ou por ver o nome de Jesus sendo envergonhado? Ou ainda, ao ver um noticiário e perceber a decadência do mundo e a omissão da maioria das igrejas? Para isso sim são necessários muita força e coragem. Ao contrário da mentalidade do mundo, em que o choro de um homem é sinal de fraqueza, diante de Deus, este pode ser um dos maiores sinais de hombridade, pois revela verdadeiro amor. Jesus chorou, Davi, como vimos, chorou várias vezes diante de Deus, Paulo chorou quando escrevia cartas a alguns de seus amados irmãos. E que homem hoje teria coragem suficiente para morrer voluntariamente em uma cruz? Ou então guiar um exército nas mais sangrentas batalhas? Ou ainda, enfrentar açoites, apedrejamentos e naufrágios? Todos estes foram grandes homens, não somente pelo que fizeram, mas pelo amor que estava por detrás de tudo o que faziam. Deus não nos chamou para a autopromoção, mas para o auto-esvaziamento. Ou seja, não para buscarmos destaque, reconhecimento, ou satisfação pessoal, mas para considerarmos os outros superiores a nós mesmos e vivermos para servi-los (Fp 2.3,4). Essa é uma das maiores evidências do nosso verdadeiro amor por Deus, já que “aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus” (1 Jo 4.7). Quando servimos ao próximo, servimos a Ele (Mt 25.40). Sendo assim, invista sua vida em algo que valha a pena: amar a Deus. Todo o restante de sua vida será definido por isto. E esteja disposto a colocar este amor em prática, pois isso é ser homem, ser capaz de se desgastar em favor de outro, como Cristo fez. Seja um homem de coragem, um homem de força, seja um homem que ama! E se você é uma jovem ou adolescente e leu este artigo, saiba que você também terá de lutar contra o egoísmo. Lembre-se que você também tem o grande desafio de amar a Deus mais do que qualquer outra coisa ou pessoa. Os desafios das mulheres não estão tão distantes dos desafios dos homens, mas se manifestam de maneiras diferentes.

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