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domingo, 20 de novembro de 2016

SALVAÇÃO

Uma pessoa que aceitou Jesus, e foi salva, pode perder sua salvação? Há diferentes respostas para essa importante questão, cada uma delas defendida por pessoas sérias e estudiosas da Bíblia. Muitos evangélicos correm para rotular quem pensa diferente como "perdido" ou "servo de Satanás". Mas esse radicalismo acaba por tornar o debate em torno das ideias teológicas envenenado. E não foi isso que Jesus fez - Ele respeitou quem pensava de forma diferente, desde que percebesse sinceridade na pessoa. O que Ele não tolerou foi a hipocrisia. O fato das pessoas defenderem ideias diferentes pode, no máximo, torná-las erradas, embora sejam sinceras, nada mais do que isso. Ninguém é "dono da verdade" e há coisas na Bíblia que vão gerar debate até o final dos tempos. E esse tema é uma dentre elas. Somente vamos ter certeza absoluta sobre quem está certo ou errado quando do julgamento final. Agora, existem quatro formas diferentes de responder a essa pergunta, conforme discuto a seguir: Universalismo Defende que um Deus amoroso não poderia punir ninguém com o inferno e, portanto, todos acabarão salvos. Para os universalistas, a pergunta que abre este texto não tem significado, pois não se pode perder o que todos vão acabar por ganhar. Mas, gostemos ou não, a Bíblia é muito clara quanto à existência do inferno e à existência de pessoas salvas e condenadas (Mateus capítulo 25, versículos 31 a 46). E, antes que alguém saia por aí acusando Deus de insensível, é preciso entender que quem se coloca no inferno é a própria pessoa, quando deliberadamente escolhe se afastar de Deus. Ele apenas respeita essa decisão e se afasta. É por isso que alguns teólogos afirmam que as portas do inferno estão trancadas por dentro. Tudo depende das obras realizadas A base da salvação é a fé no sacrifício de Jesus (veja mais). Mas, em Tiago capítulo 2, versículos 17 a 24, aparece a seguinte afirmação: “Assim também a fé, se não tiver obras, por si só está morta. Mas alguém dirá: Tu tens fé e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem obras e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé...Verificais que uma pessoa é justificada por obras e não por fé somente ..." Parece ser, segundo esse texto, que as obras têm papel importante na salvação. Ou seja, a pessoa seria salva tanto por conta daquilo que acredita (sua fé) como também por aquilo que faz (boas obras). Essa é essencialmente a doutrina seguida pela igreja católica. Mas, se fosse assim, ninguém poderia ter certeza da sua salvação. Afinal, quais e quantas obras são necessárias para satisfazer os requisitos de Deus? Para uma pessoa que crê assim, nunca haverá segurança quanto à salvação. E a pergunta que abre este texto não tem sentido, pois não se pode perder o que ainda não se ganhou. Acho que essa abordagem parte de uma interpretação errada do que Tiago quis dizer. O que ele disse de fato é que as obras são como um “medidor” da fé pessoal: se você tem dentro de si a fé que realmente traz a salvação, essa mesma fé vai criar em você o desejo de realizar obras. A fé que salva não é estéril, ela necessariamente gera mudanças na vida da pessoa e resultados práticos. Portanto, as obras simplesmente dão testemunho da fé existente. E aquelas pessoas que se dizem cristãs, mas nada fazem em prol dos outros e não mudam seus próprios hábitos de vida errados, não estão de fato salvas. São apenas cristãs nominais. Deus pré-estabelece quem vai ser salvo Essa linha de pensamento é defendida pelos seguidores de Calvino (p. ex. os presbiterianos). Afirma que Deus já pré-definiu (predestinou) aqueles que serão salvos. Afinal, o poder de Deus é incontestável e, assim, se Ele resolveu criar alguém para ser salvo(a) nada que a pessoa fizer poderá evitar isso - ninguém pode resistir à graça de Deus. O problema com essa teologia é a outra face da moeda: também há aqueles(as) predestinados(as) para irem para o inferno! Não importa o que venham a fazer, vão acabar lá. Acho que é muito difícil reconciliar tal visão com a de um Deus que ama incondicionalmente suas criaturas. Não discuto que Deus tenha poder para predestinar cada um(a) de nós, conforme deseje, mas questiono que Ele aja dessa forma. E, ainda mais, se Deus já fez tal escolha antes mesmo das pessoas nascerem, parece-me que toda a discussão bíblica sobre convencer o(a) pecador(a) dos seus erros, levá-lo(a) ao arrependimento, etc, não faz muito sentido. É vazia. Lembro ainda que nunca vi qualquer um(a) dos(as) defensores(as) dessa abordagem reconhecerem a sim mesmos(as) como predestinados(as) para o inferno. Todos sempre escrevem ou pregam do ponto de vista de quem está salvo(a). E aí fica fácil. Salvação se ganha e se perde Essa é a posição com a qual simpatizo. Ela defende que a salvação pode ser ganha, quando surge na pessoa a fé verdadeira. E perdida, quando a pessoa deixa essa fé morrer. Na parábola do semeador (Mateus capítulo 13, versículos 1 a 23), Jesus falou de sementes que chegavam a frutificar, mas as plantas acabavam morrendo porque as raízes não se tornavam bastante profundas (a prática de vida não segue a orientação de Jesus) ou eram abafadas pelos espinhos (as preocupações com o mundo secular acabam por dominar a vida da pessoa). Salvação é o nosso bem mais precioso, mas é como uma planta que precisa de cuidado, carinho e atenção. Deixada por sua própria conta, ela pode morrer. E lembro que olhar para suas obras pessoais é uma boa forma de "medir" a saúde da própria fé. Obras abundantes e efetivas apontam para uma fé viva e atuante. Obras inexistentes são um grande sinal de alerta.

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