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terça-feira, 31 de janeiro de 2017

QUE PODER É ESSE.

“O reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder.” (1Co.4.20). Quando pensamos em reino, pensamos em monarquia, que é uma forma de governo; e não podemos pensar em governo sem pensar em poder. Portanto, falar do reino de Deus é falar de poder. O contexto em que Paulo usa a expressão acima é uma exortação do apóstolo à igreja de Corinto, que se deixara fascinar por discursos vazios de pessoas presunçosas, as quais alardeavam um poder que não tinham. Por isso, Paulo diz à igreja que em breve irá visitá-la e a adverte: “Então verei se esses arrogantes apenas fazem discursos pretensiosos ou se têm, de fato, o poder de Deus.” (1Co.4.19). O reino de Deus consiste em poder, e poder de salvar, como disse Paulo: “Não me envergonho das boas novas a respeito de Cristo, que são o poder de Deus em ação para salvar todos os que creem.” (Rm.1.16). Com um discurso lisonjeiro sobre o reino de Deus Nicodemos, mestre em Israel, procurou Jesus, o qual logo respondeu que para entrar no reino de Deus ele precisava nascer de novo, nascer do Espírito (Jo.3.3,5). Portanto, pertencer ao reino de Deus começa com a poderosa experiência de ser regenerado pelo poder do Espírito Santo. Para que possamos entrar no seu reino, Deus nos lava para remover nossos pecados, nos faz nascer de novo e nos dá nova vida por meio do Espírito Santo (Tt.3.5). Voltando aos orgulhosos coríntios, Paulo os lembra de como foi que lhes pregou o evangelho: “Minha mensagem e minha pregação foram muito simples. Em vez de usar argumentos persuasivos e astutos, me firmei no poder do Espírito. Agi desse modo, para que vocês não se apoiassem em sabedoria humana, mas no poder de Deus.” (1Co.2.3,5). Por isso, ele pôde testemunhar ali mesmo a transformação de pessoas que de modo nenhum herdariam o reino de Deus. Envolvidos em imoralidade sexual, idolatria, adultério, homossexualismo, roubo, avareza, alcoolismo, práticas insultuosos, exploração de seres humanos, foram “purificados e santificados, declarados justos diante de Deus no nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito do nosso Deus.” (1Co.6.9-11). Portanto, o discurso de Paulo não era uma mensagem vazia, mas era corroborado pelo poder do Espírito agindo nos seus ouvintes, como aconteceu na cidade de Tessalônica: “Quando lhes apresentamos as boas novas, não o fizemos apenas com palavras, mas também com poder, visto que o Espírito Santo lhes deu plena certeza de que era verdade o que lhes dizíamos. (....) Sua fé em Deus se tornou conhecida em todo lugar. Não precisamos sequer mencioná-la, pois as pessoas têm comentado sobre como vocês nos acolheram e como deixaram os ídolos a fim de servir ao Deus vivo e verdadeiro.” (1Ts.1.5,8,9). Cada de um de nós igualmente tem ouvido testemunhos poderosos de pessoas que foram transformadas pelo poder de Deus, além de sermos, nós mesmos, uma prova viva do poder salvador de Deus. Mas o reino de Deus consiste também em poder que sobrepuja o poder das trevas. Paulo diz que Deus “nos resgatou do poder das trevas e nos trouxe para o reino de seu Filho amado, que comprou nossa liberdade.” (Cl.1.13). O poder das trevas, o poder do Diabo, é operado por “governantes e autoridades do mundo invisível”, “príncipes deste mundo tenebroso” e “espíritos malignos nas esferas celestiais” (Ef.6.12). Para destruir as obras do diabo é que Jesus veio ao mundo (1Jo.3.8). “Somente assim ele poderia morrer, e somente ao morrer destruiria o diabo, que tinha o poder da morte. Só dessa maneira ele libertaria aqueles que durante toda a vida estiveram escravizados pelo medo da morte.” (Hb.2.14,15). Jesus despojou os principados e poderes, expondo publicamente a sua derrota, pela sua cruz e seu triunfo sobre a morte (Cl.2.15). Aqueles que foram resgatados por Jesus desse domínio tenebroso, que foram chamados da morte para vida e das trevas para sua maravilhosa luz, são agora a geração eleita, um reino de sacerdotes, a nação santa e o povo de propriedade exclusiva de Deus, e dão testemunho do seu grandioso poder (1Pd.2.9). As palavras reino, nação e povo denotam a existência de uma identidade. Essas pessoas agora fazem parte do reino de Deus e estão debaixo do seu poder, não mais do poder de Satanás. “O Filho de Deus os guarda, e o Maligno não pode tocar neles.” (1Jo.5.18). Porém, não é só isso, pois o reino de Deus consiste de “uma vida de justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Rm.14.17). Cristo nos libertou para fazer de nós “um povo inteiramente dedicado às boas obras” (Tt.2.14), para que “todos os que crêem em Deus se dediquem a fazer o bem” (Tt.3.8). Para isso é que fomos salvos, como diz Paulo: “Somos obra-prima de Deus, criados em Cristo Jesus a fim de realizar as boas obras que ele de antemão planejou para nós” (Ef.2.10), Os cidadãos desse reino, e em vez das obras infrutuosas das trevas (Ef.5.11), produzem um fruto de amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio (Gl.522). Transformados pelo Espírito de Cristo, vão se tornando cada vez mais parecidos com ele (2Co.3.18). Mas, se engana quem pensa que esse poder é como o dos super-heróis das histórias em quadrinhos ou dos desenhos animados. Baseados em passagens como “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp.4.13), muitos crentes se imaginam bradando “Eu tenho a força”. Entretanto, a Bíblia nos ensina que uma das mais marcantes características do poder do reino de Deus é que ele é um poder para sofrer. Paulo e Barnabé afirmavam isso claramente às igrejas que fundavam: “É necessário que passemos por muitas tribulações para entramos no reino de Deus” (At.14.22). Realmente, “todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos” (2Tm.3.12). O poder de Deus se aperfeiçoa justamente na fraqueza (2Co.12.9). Aliás, o próprio Jesus foi “crucificado em fraqueza” (2Co.13.4). Por isso, Paulo diz: “Eu me contento nas fraquezas, nas ofensas, nas dificuldades, nas perseguições, nas angústias por causa de Cristo. Pois, quando sou fraco, então é que sou forte” (2Co.12.10). E foi isso mesmo que ele disse aos filipenses: que a força de Deus é que lhe dava contentamento em todas as situações, fossem boas ou ruins (Fp.4.11,12). Os portadores da mensagem do reino devem se considerar como vasos de barro, para que o poder extraordinário desse reino seja de Deus e não deles. Assim, serão pressionados, mas não arrasados, ficarão perplexos, mas não desesperados, serão perseguidos, mas não desamparados, ficarão abatidos, mas não destruídos (2Co.4.7-9). Na Carta aos Romanos, Paulo fala de tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo e espada, mas canta vitória sobre tudo isso: “Em todas essas coisas somos mais do que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Rm.8.31-39). No Apocalipse, os mártires perguntam, a respeito das tribulações: “Até quando, Senhor?”, mas Jesus promete: “Ao vencedor, eu lhe concederei que se assente comigo no meu trono, assim como eu venci e me assentei com meu Pai no seu trono” (Ap.6.10;3.21). Então, até o dia em que a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo manifeste o “bem-aventurado e único soberano, Rei dos reis e Senhor dos senhores”, cumpre-nos conservar nossa fé, sem mancha e irrepreensível (1Tm.6.14,15), sabendo em quem temos crido e estando certos de que ele é poderoso para guardar o nosso tesouro até aquele dia (2Tm.1.12).

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