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sábado, 28 de janeiro de 2017

SONHO

Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes no Neguebe (Salmos 126.4). O Neguebe não é um rio, nem nome de homem, mas a denominação de uma região desértica, que fica no sul da Palestina, abaixo da linha das cidades de Belém e Hebrom. Durante a estação chuvosa da região, especialmente na fase quando caem as chuvas torrenciais ou chuvas serôdias, as águas escorrem pelos montes até atingirem o deserto do Neguebe. As águas abundantes formam vários riachos que regam a área seca e, em poucos dias, o lugar que era feio, solitário e sem vida ganha outro aspecto. Os campos tornam-se úmidos e floridos, cobertos pela vegetação. A vida do lugar é restaurada. Os animais retornam e a paisagem torna-se bela. Com essa figura na mente, em meio ao louvor e gratidão, o salmista resolve orar intensamente pela continuidade da obra de restauração do Senhor. Mas, por que devemos orar? Devemos orar, pois oração é relacionamento. Deus inventou a oração e a instalou em nós. William James disse que "a razão pela qual oramos é que simplesmente não podemos evitar a oração". De verdade, todos temos a intuição de buscar a Deus por meio da oração. Prova disso é que clamamos intensamente em momentos de extremo perigo. Mas, ao invés de enxergar a oração como uma disciplina, um sacrifício, ou um esforço para se obter um prêmio, devemos compreender que a oração é o desenvolvimento de um relacionamento natural com Deus. Esse ponto de partida é libertador, pois deixa de lado as muitas regras e modelos que impomos a nós mesmos, nascendo a perspectiva de um relacionamento prazeroso, verdadeiro, às vezes, de lutas e entraves. Como disse Tim Stafford: "Não oramos para contar a Deus o que ele não sabe, nem para lembrá-lo do que esqueceu. Ele já cuida de tudo aquilo pelo que oramos. Quando oramos, ficamos perto de Deus." Vale a pena nos relacionar! Devemos orar, pois precisamos do Senhor. Esse reconhecimento de dependência exige humildade da nossa parte. Aliás, não existe relacionamento com Deus com um coração soberbo. Humildade, contudo, não é autoestima negativa, mas a constante escolha de dar crédito a Deus, não a si mesmo; de depender de Deus, não de si mesmo; de voltar seus olhos para Deus, não para si mesmo. Humildade não significa se rastejar perante Deus, mas ter um vislumbre do quanto somos pequenos diante da sua grandeza. Somente por causa da humildade é que posso enxergar e admirar "quem Deus é". O coração humilde também permite que eu enxergue "quem sou eu". Oro porque preciso, porque dependo, porque sou frágil, porque sou vulnerável, porque sou pequeno, porque sou pobre e necessitado. A humildade reflete a verdade com precisão. O orgulho é mentira e engano. Vale a pena nos humilhar! Devemos orar, pois a oração nos insere na ação de Deus. Existem diferentes perspectivas da função da oração. O pagão dá ordens aos deuses e controla a ação. O hindu entrega-se passivamente à fatalidade e é controlado pela ação. Mas o cristão entra no que foi iniciado por Deus, participando da ação. A Bíblia nos ensina que a oração é o convite que o Senhor nos faz para nos relacionarmos com ele e participarmos da ação que ele iniciou. Não comandamos Deus, nem nos anulamos, mas nos envolvemos ativamente no curso da história. A resposta do Senhor poderá ser "sim", "não", ou "espere". Seja qual for, ele não ignora nossa oração. Seja qual for, ele nos permite participar dela. Seja qual for, sempre será a melhor. Isso deve gerar em nós um coração cheio de confiança e fé. Vale a pena orar! Já fomos restaurados, mas ainda existe uma obra em curso em nossa vida. Não importa o tamanho do deserto que enfrentamos, assim como nosso Deus promove as torrentes no meio da região árida e seca do Neguebe, ele pode derramar chuva sobre nós.

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