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quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

FAMILIA

"Há no amor um gérmen de ódio que pode vir a desenvolver-se depois". Mais que uma reação à injustiça, o ódio nos acompanha. Dirigentes levam nações a se odiar, para guerrearem e imporem a sua paz. Pensadores fazem do ódio o combustível para semear suas ideologias, disfarçadas em amor. Religiosos pregam o ódio para colher vitórias conquistadas com sangues inocentes, em nome de uma causa. Lutadores de ringue simulam ódio aos adversários para obter mais audiência e mais dinheiro. O pior dos ódios, no entanto, é o que se nutre no interior de uma família. Quando o ódio se instala em casa, a família morre, mas o cadáver cheira sobre a mesa ou pelos cantos, nas sombras, nos olhares, mesmo nas festas. O ódio arrebenta na família por muitas causas. Uma vontade contrariada pode incendiar uma revolta que termina em ódio. Comparações suscitam desejos de ser ou ter o que um irmão, um cunhado, um primo é ou tem. Preferências -- reais ou apenas percebidas -- transformam-se em estratégias de eliminação de quem carrega o mesmo sobrenome. Ruídos de comunicação, voluntários ou involuntários, inspiram expectativas de acertos cruentos. Divisões de bens muitas vezes produzem uma sede de justiça capaz de custar a destruição de pessoas que compartilharam o mesmo quarto. Cônjuges separados se enfrentam, com poderosas armas de destruição que ferem inapelavelmente os filhos que dizem amar e proteger. A espiral da ira, volumosa ou silenciosa, só tem chance de ser estancada quando um membro da família em ódio tem a coragem de tomar a iniciativa de pedir perdão. Pede perdão quem percebe que perdoar não é perder, mas ganhar, ganhar definitivamente.

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