CRUZ I

"Porque é que vocês estão procurando entre os mortos quem está vivo? Ele não está aqui, mas ressuscitou" (Lc 24:5-6). Nesta geometria da cruz, o centro é o encontro das duas hastes: a vertical e a horizontal. É neste ponto que está uma Pessoa. João disse: "O verbo se fez carne". Onde? No centro da cruz. Ali, é Deus na cruz. Jesus disse: "Eu e o Pai somos um". Se você quer chegar ao Pai, tem que passar no centro da cruz. Porque o Pai encarnou-se no Filho e ali Deus misturou-se com a raça humana. Nesta mistura da raça humana nós encontramos o ponto central da cruz, o coração de Deus. La está o vértice, lá estão as laterais e lá está o Homem no centro da cruz – cujo coração é o coração de Deus. É o Deus encarnado. É o Deus criador da vida, que Se deixa morrer em nosso lugar. Por isso quando Jesus morreu os céus se fizeram trevas, a terra tremeu, porque Deus não pode morrer, a vida não pode morrer. Mas Deus em Cristo morreu por nossos pecados. Deus em Cristo se fez morte por nós. Porque ainda estava escuro, ainda se fazia noite, e os primeiros raios da manha caíam sobre aquele lugar de morte. E, de repente, os que ali chegaram notaram que o túmulo – lacrado com o selo do império romano – tinha o selo rompido e a pedra havia rolado. Quem entrou não O encontrou, quem O procurou não O achou e a mensagem do anjo sentado naquela pedra era: "Por que buscais entre os mortos aquele que está vivo? Ele não está mais aqui, Ele ressuscitou". Esta é a mensagem de vida. Mas para que houvesse vida, teve que haver morte. E este é o mistério da fé. Foi preciso haver morte, pois sem derramamento de sangue não há remissão de pecados. Mas Deus não fica morto. No terceiro dia que o corpo esteve no túmulo, Deus desceu ao inferno. Ele não precisava mais do corpo de Jesus. Deus diz aos demônios: "Eu venci"; diz aos que não acreditaram nos profetas: "Eu sou aquele que fui prometido e vocês não acreditaram". O centro da cruz é a vida, a ressurreição.