DUAS FOGUEIRAS

“Estavam ali os servos e os guardas, os quais haviam acendido uma fogueira e se aqueciam, pois fazia frio. Pedro também estava ali em pé no meio deles, esquentando-se.” (João 18.18). “Ao desembarcarem viram ali pão e um peixe sobre brasas.” (João 21.9). Em um curto espaço de tempo, Pedro esteve ao redor de duas fogueiras que marcaram sua vida para sempre. A primeira foi a fogueira da traição, no pátio da casa de Anás, sogro do sumo sacerdote. Em torno dessa fogueira Pedro, identificado como um dos seguidores de Jesus por pessoas que ali estavam, negou por três vezes ser seu discípulo, negou até mesmo conhecê-lo. Foi então que o galo cantou e o fez lembrar-se da palavra de Jesus: “Hoje, antes que o galo cante, três vezes me negarás” (Lc.22.61). E, saindo dali, “chorou amargamente” (Lc.22.62). Essa triste experiência o abateu profundamente e ele continuou abatido mesmo depois de constatar a ressurreição de Jesus. Parece que ele passou a sentir-se desqualificado para o ministério. E, convenhamos, não era para menos; qualquer um de nós se sentiria assim. Então tomou uma decisão: voltar à antiga profissão. Comunicou aos colegas sua decisão, que o acompanharam nisso. A primeira noite de trabalho foi improdutiva, voltaram à praia já de manhã sem pegar sequer um peixe. Mas o Criador do mar e dos peixes estava na praia e dali mesmo disse a eles que lançassem a rede do lado direito do barco, e eles não conseguiam puxá-la de tantos e grandes peixes que apanharam. Com muito custo trouxeram a rede para a praia, mas ao chegarem ali já encontraram uma fogueira acesa, com pão e peixe já assados. Porém, essa fogueira tinha outra finalidade, pois foi ao seu redor que Jesus restaurou Pedro como discípulo e apóstolo. E foi ao seu redor que Jesus mostrou àqueles homens, não só a Pedro, que continuava de pé o seu convite para serem “pescadores de homens”. Mas, para Pedro, Jesus teve uma palavra especial. Como ele havia negado ser discípulo por três vezes, também por três vezes Jesus perguntou-lhe: “Simão, filho de João, tu me amas?” A resposta tripla de Pedro foi: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo.” E Jesus replicou por três vezes da mesma maneira: “Pastoreia as minhas ovelhas.” Pedro sentiu-se então novamente qualificado para o ministério. Mesmo quando falhamos covardemente como Pedro há esperança de restauração em Jesus. Não se deixe abater, confie na graça restauradora de Jesus.