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quinta-feira, 22 de outubro de 2015

GEOGRAFIA DO MAL

Referindo-se especificamente às intrigas palacianas, um então presidente da República anotou em seu diário: "Estou cada vez mais convencido de que o mal está em que todo o grupo próximo a mim fala". De modo mais sintético, pensava o presidente que o mal estava no grupo próximo a ele. O mal estava ao redor dele. Seu discurso revela o que a maioria de nós pensa: o mal está no outro. É o outro que fala mal das pessoas. É o outro que corrompe. É o outro que adultera. É o outro que agride. É outro que faz o nosso pé tropeçar. Pensar assim é negar a realidade. O mal não está apenas em nossa volta; ele está dentro de nós. Esta é a condição que a maldade humana, disfarçada de ingenuidade, grita para negar. Quanto mais alta é a voz da negação mais solene é a sua afirmação. Por isto, precisamos de coragem para dar outro grito, que é um pedido de socorro: -- Quem me livrará desta condição que me leva para a morte? (Romanos 7.24). Quem assume a sua condição de miserável é um pessimista sobre si mesmo, não apenas sobre os outros. Quem é pessimista sobre si pode se relacionar melhor com os outros. Quem percebe sua própria condição de pecador pode buscar a graça perdoadora de Deus. Quem é otimista sobre si mesmo não percebe que precisa de ninguém, nem de Deus. O otimismo ingênuo nos faz ignorar quem somos, imaginando que boas leis tornarão justa o mundo em que vivemos ou que a educação trará ao ser humano a pedagogia da fraternidade. Enquanto virmos o mal apenas no outro, vamos nos enganar a nós mesmos. Corrigido deste erro, o pessimismo produtivo parte da aceitação da realidade do que realmente somos (pecadores!) e convida a graça de Deus para nos tornr livres desta nossa triste condição.

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