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sexta-feira, 30 de outubro de 2015

VASOS

“O oleiro não tem poder sobre o barro, para com a mesma massa fazer um vaso para uso honroso e outro para uso desonroso?” (Romanos 9.21). Paulo foi chamado por Deus de “vaso escolhido” (At.9.15), fazendo uso figurado de uma palavra que depois vai aparecer também em algumas de suas cartas. Em Romanos 9.21-23, por exemplo, essa palavra aparece quatro vezes, com o mesmo uso. Primeiro, servindo-se do exemplo de que vasos para diferentes finalidades podem ser feitos pelo mesmo oleiro e com o mesmo barro, o apóstolo ensina sobre a soberania de Deus. É sua decisão soberana moldar-nos como desejar, não nos competindo nenhuma queixa contra a sua vontade. Mas, como assim? alguém perguntará; não podemos relatar a Deus nossa perplexidade diante do sofrimento e da dor, como o próprio Jesus fez na cruz? (Mt.27.46). Sim, podemos, e a resposta da Senhor será sempre: “Não tenha medo, somente creia” (Mc.5.36). Mas não é a isso que Paulo aplica a analogia do oleiro e dos vasos, pois, em segundo lugar, ele usa as figuras dos “vasos da ira” e “vasos de misericórdia”, para tratar a (até hoje) complicada questão da eleição de Israel. Paulo já dissera que Abraão teve vários filhos, mas apenas Isaque cumpriu a promessa de ser a semente de um povo eleito, assim como dos filhos de Isaque, Jacó (ou Israel,) e não Esaú, tornou-se herdeiro e continuador da eleição (vv.7-13). Por que? E Porque precisava escolher. Porque é soberano e somente a ele competia escolher. Daí a palavra “vasos”. Vasos eram utensílios usados no dia a dia do povo da época em que Paulo escreveu, e podiam ser feitos de materiais diversos, como diz o apóstolo em 2Timóteo 2.20: “Numa casa que é grande, não há somente vasos de ouro e de prata, mas também de madeira e de barro; uns, na verdade para uso honroso, outros, porém, para uso desonroso.” Uma pessoa rica poderia, por exemplo, usar um vaso de ouro para higiene pessoal - um uso “desonroso”- e seus cozinheiros usarem um vaso de barro fazer a comida - um uso “honroso”. O problema dos israelitas foi que se esqueceram de que tinham sido eleitos em decorrência de uma promessa e não por seus próprios méritos. Em vez de se deixarem moldar por Deus como vasos de misericórdia, tornaram-se vasos da ira. Como diz Paulo logo adiante, “não reconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à justiça de Deus.” (Rm.10.3). Não há nenhum mérito em ser vaso, a não ser o deixar-se encher da graça de Deus. Mas se rejeitamos a graça, infelizmente nos deixamos encher da ira de Deus.

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