CHEGA

 

O sábado chega e nos convida à calmaria, apesar da lista de encaminhamentos para estes dias festivos... A agitação é externa, o coração pode e quer ficar em paz... Natal é família... De um jeito ou de outro, perto ou longe, Natal é Família! Feliz sábado! “A existência é mais sábia que você. Então, o que quer que ela lhe dê, pode ser amargo, mas é remédio.” (Osho). Durante o retiro anual, o frei que gosta de cultivar a terra, trocar mudas de flores e regar as hortaliças encontrou uma pequeníssima orquídea e trouxe uma muda. Nestes dias, a minúscula florzinha desabrochou e alegrou o canteiro inteiro. Para visualizá-la é necessário olhar atentamente e até procura-la entre outras plantas ornamentais. Aquela espécie de orquídea, não sei o nome científico, jamais será grande, mas será vista por quem valoriza detalhes. Sou da opinião de que todos deveriam trocar mudas de flores, perpetuar determinadas espécies e sentir uma profunda alegria por estar em contato com a natureza. Minha mãe sempre gostou de trocar mudas, pois não deixava a mesa das refeições sem um vaso de flores. Eram flores simples e variadas, mas tinham um significado muito especial. Chego a pensar que plantar flores e exercitar a troca de mudas pode ser benéfico para a saúde. Num mundo de tantos cenários é importante armazenar beleza no coração. A mãe terra, como chamava São Francisco de Assis, pode nos inspirar e nos qualificar. O contato com o solo sempre é benéfico e surpreendente. Existimos como humanos e convivemos com tantos outros seres vivos e com uma variedade infinita de vida. Ninguém está isento de contratempos ou de alguma situação exigente. Não poucas vezes temos que enfrentar o azedume dos fatos e dos acontecimentos, sem nos desiquilibrar. O amargo pode se tornar doce, se houver paciência e resiliência. Se por acaso algo difícil se apresentar, não se considere o último da face da terra. A existência é sábia, ela não deixa de ofertar remédios, isto é, transformações de vida. Continuo entendendo que do pior sempre surge o melhor. Durante o momento pior, não tome decisões precipitadas. Convém que a poeira baixe e que a vida continue serena e decidida. A pequena orquídea se tornou grande, a partir do olhar conventual.