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sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

NOVOS



Como falar do Crucificado enquanto se ignora os crucificados? Jesus não foi o único a ser vítima de um sistema opressor que se achava no direito de matar quem quer que se insurgisse contra a sua tirania. Em um único dia, legiões romanas crucificaram cerca de 6 mil homens ao longo de 200 quilômetros para conter uma rebelião. Mas creio que Ele tenha sido o único crucificado a preocupar-se com o destino de quem era crucificado ao Seu lado.


Se os evangelhos fossem escritos por alguns pregadores de hoje, certamente a presença daqueles dois crucificados ao lado de Jesus seria suprimida. Afinal, pegaria muito mal para o "fundador" de sua rentável religião ser crucificado ao lado de dois meliantes, não é verdade? Mas assim como os relatos dos evangelistas não ignoraram a presença dos que foram crucificados ao lado do seu Mestre, não deveríamos jamais ignorar os que seguem sendo crucificados hoje, entre os quais, podemos destacar as minorias marginalizadas e privadas de seus direitos essenciais, incluindo os Yanomamis, vítimas do descaso genocida do governo anterior. Não é por acaso que a imagem de um deles em estado grave de desnutrição nos remeta à do Crucificado.


O tratamento que dispensamos aos povos originários, aos negros, aos LGBT’s, aos imigrantes, às pessoas com deficiência, depõe contra nós como sociedade. Se não somos os "romanos" a fazerem o trabalho sujo, somos os que gritam no pátio de Pilatos: "Crucifica-os!" Quando não, somos os que assistem apáticos ao suplício de nossos semelhantes, sem considerar que podemos ser as próximas vítimas.


Quando seu pastor ou padre estiver pregando um lindo sermão sobre a morte vicária de Jesus, pergunte-o acerca daqueles com os quais o Crucificado Se solidarizou enquanto agonizava.

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