DUROS COMO DIAMANTE

“Porém eles se revoltaram e não quiseram obedecer. Viraram as costas para mim e taparam os ouvidos para não ouvir as minhas ordens. Tornaram os corações deles duros como o diamante a fim de não obedecer à Lei e às mensagens que eu por meio do meu Espírito dei aos profetas antigos. Por isso eu fiquei muito irado com eles.” (Zacarias 7.11,12 – NTNLH). Os israelitas exilados na Babilônia haviam instituído a prática de jejuar no quinto mês de cada ano como forma de lamentação pela destruição do templo de Jerusalém e vinham mantendo essa prática até o momento, quando o templo de Jerusalém estava sendo reconstruído. Agora, entretanto, queriam saber se deveriam continuar com esse jejum, e mandaram uma delegação liderada por Sarezer e Regém-Meleque para se informar sobre isso junto aos sacerdotes e profetas que estavam em Jerusalém (Veja Zc.7.1-3). A resposta de Zacarias começou em forma de pergunta: “Quando jejuastes e pranteastes, no quinto e no sétimo mês, durante estes setenta anos, foi para mim que jejuastes?” (Zc.7.5). Em seguida o profeta disse que eles estavam repetindo a mesma prática condenada pelos profetas do passado, como Isaías, que duzentos anos antes também perguntou: “Seria esse o jejum que escolhi? Um dia para que o homem se humilhe, incline a cabeça como o junco e deite-se em pano de saco e cinza? Chamarias isso de jejum e dia aceitável ao Senhor?” (Is.58.5). Os profetas do passado haviam dito que, mais do que jejum, o que Deus queria era que eles praticassem a justiça verdadeira, mostrassem bondade e compaixão, cada um para com o seu irmão; e não oprimissem a viúva, o órfão, o estrangeiro e o pobre; que ninguém planejasse no coração o mal contra seu irmão (Zc.7.9,10). E, aos do seu tempo, Zacarias disse algo parecido: “Isto é o que deveis fazer: Falai a verdade cada um com o seu próximo; julgai com retidão e paz nos tribunais; e ninguém planeje no coração o mal contra o próximo.” (Zc.8.16,17). O que aconteceu com os israelitas no passado, e também no tempo de Zacarias e Malaquias, é que escondidos atrás de uma falsa religiosidade, endureceram seus corações de uma dureza semelhante à do diamante. Segundo a escala de Mohs, mineralogista alemão, o diamante é o mais duro de todos os minerais porque arranhar todos os outros minerais, mas só pode ser arranhado por outro diamante. Portanto, nada há mais duro, mais insensível. No tempo de Jesus, os israelitas eram capazes de dar o dízimo até dos temperos colhidos em seu quintal, mas se omitiam de praticar a justiça, a misericórdia e a fidelidade (Mt.23.23). Quanta dureza! Tomemos cuidado! Uma religião hipócrita pode nos fazer duros como o diamante.