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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

JOSÉ DE ARIMATEIA

“Ao cair da tarde , um homem rico chamado José, que também era discípulo de Jesus, veio de Arimatéia. E foi a Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Então Pilatos mandou que o corpo lhe fosse entregue.” (Mateus 27.57,58). Após a morte de Jesus, seus discípulos não se apresentaram para reclamar seu corpo, a fim de sepultá-lo. Não agiram como os discípulos de João Batista, que recolheram seu corpo decapitado na prisão e o enterraram (Mt.14.12). A explicação talvez seja que, com a prisão de Jesus, “todos os discípulos o deixaram e fugiram” (Mt.26.56), o que foi predito pelo Senhor (Mt.26.31; Zc.13,7). Pedro até tentou manter sua promessa de morrer por ele, se necessário (Mt.26.35), mas negou-o miseravelmente por três vezes. Aliás, os demais apóstolos também fizeram o mesmo juramento, mas fugiram. Então aconteceu o improvável: pela primeira vez surge na cena dos evangelhos um discípulo secreto de Jesus, José de Arimatéia, um homem rico. José pediu a Pilatos corpo de Jesus, para sepultá-lo não como um pobre, numa cova rasa, mas numa sepultura cara, cavada na rocha e cercada por um belo jardim. Era o cumprimento da profecia de Isaías que diz, sobre o Servo Sofredor do Senhor, que ele “ficou com o rico na sua morte.” (Is.53.9). Esse personagem é um dos poucos que é citado em todos os quatro evangelhos. Quando eu era menino, por ter um primo chamado José de Arimatéia, pensava que esse era um nome próprio, mas uma leitura mais atenta dos evangelhos me fez aprender que Arimatéia era uma cidade dos judeus, como diz Lucas (Lc.23.50). De localização incerta e controversa, alguns a identificam com Ramataim-Zofim, a cidade onde Samuel nasceu (1Sm.1.1,19). O surgimento de José nos mostra que Jesus tinha seguidores dentro do próprio Sinédrio, pois Marcos nos diz que ele era “membro ilustre” desse Conselho (Mc.15.43) e João nos diz que no sepultamento ele teve a ajuda, igualmente improvável, de Nicodemos, também membro do Sinédrio(Jo.19.39;7.50). O mesmo João nos diz (Jo.19.38) que José era discípulo de Jesus em segredo “por medo dos judeus” (e parece que também Nicodemos). Lucas nos diz que ele era “bom e justo” e “não havia concordado com o plano e com os atos dos outros.” (Lc.23.50,51). Marcos diz que ele “enchendo-se de coragem, foi a Pilatos e pediu o corpo de Jesus.” (Mc.15.43). A coragem que faltou aos apóstolos encheu José de Arimatéia, que de uma só vez declarou-se publicamente discípulo de Jesus e deu-lhe um sepultamento digno e honroso, tal como era feito aos principais líderes da nação judaica. Jesus só precisou daquele sepulcro por três dias, mas ele foi extremamente útil, porque pôde ser selado com uma grande pedra, assim permitindo a demonstração do poder de Deus na ressurreição de seu Filho.

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