REFUGIADO

“Depois que os magos partiram, um anjo do Senhor apareceu a José em sonho e lhe disse: Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; permanece lá até que eu fale contigo; porque Herodes procurará matar o menino.” (Mateus 2.13). Descendente de mulheres como Tamar, Raabe, Rute e Bate-Seba, produto de uma gravidez que certamente foi objeto de maledicência, nascido como um sem-teto em Belém, filho de pais paupérrimos, Jesus foi perseguido pelo próprio rei Herodes ainda na tenra idade de dois anos, ou menos que isso. Por essa razão tornou-se um refugiado no Egito, juntamente com seus pais. Não se sabe exatamente por quanto tempo, mas alguns falam em dois anos ou mais. Ao fim desse período, um anjo lhes disse que já poderiam voltar ao seu país, pois Herodes já morrera. Contudo, devido ao fato de que Arquelau, um sujeito sanguinário, sucedeu a seu pai no trono da Judéia, a família preferiu cumprir mais uma etapa de sua peregrinação, tornando-se agora imigrante na Galiléia, mais precisamente na cidade de Nazaré, lugar que era tratado com preconceito. O apóstolo Paulo diz que Jesus “desceu às partes mais baixas da terra” (Ef.4.9) e o autor da Carta aos Hebreus diz que “naquilo que ele mesmo sofreu, ao ser tentado, pode socorrer os que são tentados” (Hb.2.18). Jesus sabe o que é ser pobre, sem-teto, refugiado, imigrante, mal afamado, etc., por isso pode identificar-se perfeitamente com os que estão na mesma condição e ter compaixão deles. “Não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas alguém que, à nossa semelhança, foi tentado em todas as coisas, porém sem pecado.” (Hb.4.15). Jesus é o abrigo perfeito para todo refugiado. Nele aqueles que fogem da guerra, da destruição e da perseguição encontram paz e segurança eternas. Aqueles que um dia abriram seu coração para Jesus devem abri-lo também para amar e interceder pelos refugiados.