REI,MAIS HUMILDE

“Isso aconteceu para que se cumprisse o que havia sido falado pelo profeta: Dizei à filha de Sião: Eis que o teu Rei vem a ti, humilde e montado num jumento, num jumentinho, cria de animal de carga.” (Mateus 21.5). A profecia aqui mencionada foi proferida por Zacarias, e tanto Jesus como seus discípulos tinham conhecimento dela. As nossas Bíblias costumam dar a essa passagem o título de “A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém”, mas essa entrada nada tem de triunfal. Quando um rei triunfante entrava em uma cidade, vinha montado num portentoso cavalo, geralmente de cor branca, ricamente adornado. Vinha antecedido de batedores e arautos, e precedido de seus generais. E trazia consigo os despojos e os escravos conquistados na guerra. Jesus veio montado num jumento, um animal de carga, usado no dia a dia das famílias pobres. Aliás, para essas famílias possuir um jumento era ter um bem precioso. Portanto era um animal da paz e não da guerra. Exatamente adequado para entrada daquele que é o Príncipe da Paz. Jesus não triunfou matando e escravizando homens na guerra, mas deixando-se matar pelos homens, para libertá-los do pecado. Também não chegou à cidade precedido de pompa e acompanhado de generais. Sua companhia era um bando de galileus simples e humildes. Jesus foi saudado pelo povo de Jerusalém com palavras que descreviam o próprio Messias que tanto esperavam, mas para eles o Messias era o “Filho de Davi”, da mesma estirpe e temperamento do grande rei do passado, líder político e estrategista militar, que devolveria as glórias do passado à nação israelita. Não o Servo Sofredor do Senhor predito por Isaías, desprezado e rejeitado pelos homens, por cujas pisaduras somos curados e que sofreu o castigo que nos traz a paz (Is.52.13-53.12). Por isso, Jesus veio montado num jumentinho. Como Rei, mas para enfrentar a humilhação da prisão, da zombaria e do julgamento iníquo. Como Salvador, mas para morrer em uma cruz. Como vitorioso, mas para vencer por meio da Ressurreição.