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sexta-feira, 25 de setembro de 2015

FILHO

“Chegando, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as prostitutas, mataste para ele o melhor bezerro. Mas o pai lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e tudo o que é meu é teu; mas era justo festejar e nos alegrarmos, pois este teu irmão estava morto e reviveu; havia se perdido e foi achado.” (Lucas 15.30-32). Os israelitas tinham muito orgulho de se chamarem filhos de Abraão, mas tinham muita dificuldade de chamar o Deus de Abraão de Pai. A imagem que eles tinham desse Deus era a de um ser sempre irado, muito exigente, que se relacionava com eles de modo formal, com base em regras estritas e detalhadas, muito diferente da figura do pai amoroso e liberal que Jesus apresenta nessa parábola do filho pródigo. Esta a razão da figura que ele traça do filho mais velho, na verdade uma caricatura, como alguém que esteve o tempo todo em casa, mas nunca esteve à vontade, nunca se sentiu como um verdadeiro filho. Alguém a quem pertencia tudo que era do pai, mas nunca se deu o direito de usá-lo. Estranhamente para um filho legítimo, nunca convidara os amigos para um churrasco em casa, nem que fosse só de carne de cabrito, e ainda que o pai não o proibisse. Sentiu-se bem com a saída de casa do irmão mais novo, pois eram muito diferentes. O mais novo era irreverente, rebelde, esbanjador. Além disso, abandonou a família, exigindo sua parte da herança para desperdiçá-la com a pior espécie de gente. Desejava que o irmão nunca mais voltasse, que, aliás, não mais considerava irmão. Se aborrecia por presenciar diariamente o sofrimento do pai, a contemplar a estrada na esperança da volta do filho perdido. Mas, para sua decepção, enquanto ele trabalhava duro no campo, o pródigo voltara e fora recebido com festa pelo pai. Estranhando o ruído de festa, ficou de fora e perguntou o que era aquilo a um dos empregados. Este respondeu: “Teu irmão voltou”. Foi então que sua ira explodiu. Podemos imaginá-lo dizendo ao empregado: “Eu não tenho irmão” e negando-se a entrar em casa. Ao sair o pai ao seu encontro, referiu-se ao outro como “este teu filho”. Mas o pai respondeu: “Este teu irmão estava morto e reviveu; estava perdido e foi achado.” O filho pródigo deixou de ser filho e, arrependido, voltou a sê-lo. O mais velho nunca foi filho.

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