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sexta-feira, 17 de abril de 2015

ESPERANDO O TRÂNSITO MELHORAR

Os dois professores se encontraram depois de muito tempo, agora reunidos para participarem de uma banca numa universidade, atividade que desenvolveram muita vezes na instituição em que trabalharam por anos a fio. A história se encarregou de lhes designar diferentes geografias. Agora terminado o exame, tomaram o caminho da rua. Postos os pés na calçada, o mais velho deles propôs: -- O trânsito está no seu pior momento. Que tal tomarmos um café? Voltaram, pediram cafés e, em pé, começaram a conversar. Encontraram cadeiras vazias e ocuparam uma mesinha. E o diálogo teve como roteiro a narrativa de suas vidas desde a separação. Desfiaram seus passados recentes e enumeraram seus projetos, suas leituras, suas rotinas. Numa intensa troca, enquanto as mesas do lado se esvaziavam e enchiam, enchiam e se esvaziavam, trocaram informações até sobre seus salários. Duas horas depois, como se tivessem sido alguns minutos, levantaram-se para ir embora e ainda permaneceram tecendo suas histórias enquanto se orientavam no campus. Um deles anotou: -- Quando morreu o nosso JS, estive no seu funeral, mas não fui visitá-lo. Não temos tempo nem para as pessoas que um dia se assentaram do nosso lado e com as quais rimos e falamos do futuro que juntos sonhávamos. A vida não pode ser isto. Decidi buscar essas pessoas e valorizar os encontros amigos, como Jesus tantas vezes fez, e não apenas na casa de Marta, Lázaro e Maria. Carreira tinindo, o outro, mais moço, admitiu: -- Eu tenho muitas dificuldades nesta área. No auge de sua vida, o primeiro também confessou: -- Eu também não sou bom nisto, mas eu sei que a vida é muito curta. Seguiram mais um pouco e o mais jovem, que tinha brilhado na banca, agradeceu: -- Esta nossa conversa fez valer o meu dia. E foram para as suas casas.

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