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segunda-feira, 27 de abril de 2015

SEMEADORES OU ESPALHADORES DE SEMENTES

Não poucas vezes nos deparamos a espera de respostas de Deus que nunca chegam. E, muito facilmente, encontramos pelo mundo catalisadores para nos ajudar a acelerar as "respostas" que deviam ser dadas por Deus. Algumas destas respostas deveriam ser dadas e buscadas em nós ou por nós, mas, temos enfrentado sistematicamente uma posição dicotômica entre a velocidade em que as coisas acontecem e a velocidade que desejamos que as coisas aconteçam. Se imaginássemos Deus recebendo nossas preces por e-mail, muitas delas, ao serem respondidas por Deus, encontrariam seu pedido inicial já descartado na lixeira das nossas caixas de e-mails. Obviamente que estamos na esfera da analogia e que é difícil entender que Deus responda a esse tipo de oração. Será que Ele sequer ouve? Sinceramente, se Deus pensasse como eu, estaria propenso a fazer como na história do "menino e o lobo" onde o menino se viu numa enrascada após tantos pedidos que eram apenas alarmes falsos. Ora, pensando bem, será que às vezes Deus não usa conosco a filosofia do "menino e o lobo"?! Que por vezes somos imaturos e fazemos por merecer, é incontestável. Vejo pessoas criando atalhos para "ajudar" Deus em suas respostas. Unem-se tão somente para não ficarem sozinhas, compram para "investir" o que ganharam, trocam para não ficarem subjugadas ao ultrapassado, vendem-se para facilitar o acesso ao projeto maior, omitem-se para que o coração não acumule sofrimentos e se calam para evitarem compromissos com o que não foi dito. Ou falam a quinta essência do senso comum para, igualmente, não ficarem presas por comprometimentos. A questão é que estas atitudes funcionam como balizadoras para outros comportamentos nossos, para comportamentos de outras pessoas e para comportamentos que receberemos em retorno. A qualidade do nosso comprometimento com tudo e todos definirá o conceito que terão sobre nós e, certamente, será a colheita daquilo que semeamos. O mundo está se enchendo de dois tipos de lavradores. O primeiro tipo é aquele mais óbvio, que colhe exatamente o que plantou. Quando percebe a dimensão daquilo que sua "engenharia agrícola" foi capaz de conceber, se desespera e perde os limites do seu caráter e da sua moral para tentar aplacar a sua "cria". No afã de destruir sua plantação, destrói o seu próprio espaço de cultivo, seus próprios equipamentos, sua história e tudo o mais que criou naquele lugar. O segundo tipo de lavrador é aquele que não faz nenhum esforço para semear, mas comparece no tempo da colheita para recolher os seus frutos. Nada ensinou, nada explicou, não educou, não mostrou o roteiro de como deveria ser feito, mas soube exigir tudo que tinha direito, como dono da seara que era. Casas destruídas por lavradores que buscaram nos seios de suas famílias o fruto que nunca foi semeado. Poemas escritos por homens que nunca tiveram emoção. Costumes exigidos sem que, ao menos, se soubesse o conceito daquilo que exigiu. O primeiro lavrador verá a consequência do esforço aplicado retornando para ele, na medida e características das sementes que semeou. O segundo lavrador verá a consequência de não ter investido no plantio de uma sementinha de mostarda sequer. Para alguns vale até a reposição com plantas artificiais, sentimentos artificiais. Pensemos naquilo que somos ou no que teimamos em ser porque isso definirá aquilo que faremos gerar. A duração do nosso sono, a paz que nos conforta e a quantidade do nosso choro estão diretamente relacionados com o tom da nossa voz, o nosso jeito de olhar, a intensidade da nossa respiração e a nossa forma de estender a mão. Estes componentes reunidos formam o mais básico e indispensável "pacotinho de sementes" que deve ser inesgotável na bolsa de todos os lavradores que somos. Sejamos semeadores prudentes e obedientes ao dono da seara. Não existe colheita capaz de surpreender o lavrador consciente. Por outro lado, não seja tolo em achar que haverá desproporcionalidade entre o que semeou e o que haverá de colher. Certamente, a quantidade e forma como semear sãos facultativos, mas a colheita é compulsória.

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