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quarta-feira, 22 de abril de 2015

ILUMINAÇÃO

Iluminação consiste na tarefa de compreensão do texto. Por meio do Espírito, temos a chave que permite que o entendamos corretamente. A iluminação, portanto, tem a ver com a interpretação coerente do texto sob a direção do Espírito. Aquele método básico, simples, puro e quase pueril de se pedir auxílio ao Espírito para que possamos compreender o escrito é por demais saudável, poderoso e proveitoso. É a iluminação que transforma a letra em ensinamentos, é essa ação do Espírito iluminando o escrito que transforma a Bíblia em ferramenta pedagógica de atualidade absoluta, vivificando-a de maneira plena. Os ruídos, as descolorações, o apagamento, o desligar desta luz é o que gera problemas no ensino mais correto. A falta de iluminação gera o que poderíamos chamar de idolatria textual, arte de se apegar ao texto de tal forma que se corre o risco de se terminar contrariando seus próprios ensinos ou enrugá-los. É um erro que se transveste de ortodoxia, pois chega a defender os textos das Escrituras, mas sem a responsabilidade de compreendê-los a fundo. A Bíblia é extremamente simples e complicada ao mesmo tempo, e não creio que destituídos da ação sobrenatural de Deus, possamos compreendê-la bem. A mensagem precisa ser compreendida para dar vida ao texto, é mais importante do que ele, pois é o sumo pedagógico, o seu extrato, a essência do ensino. Da mesma forma que o interior de uma laranja é mais importante para quem deseja o suco que a casca. O texto de 2 Coríntios, 3, 6 diz: “o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica.” Destituídos da essência, o texto vira reza, é um recitar sem sentido que pode muito bem ser utilizado a esmo por não-crentes e até mesmo por Satanás, como foi feito na tentação do deserto. Na passagem, a arte do Inimigo foi exatamente essa, ele cita parte do salmo 91, mas não está nem aí para a sua mensagem, para a essência do ensino. Vamos lembrar a contexto. Mateus 4.6 -7 “e lhe disse: Se és Filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra. Respondeu-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus.” É interessante notar como Jesus se defende do ardil. Ele assevera: “Também está escrito”. Uma das mais eficazes ferramentas didáticas para a correta interpretação bíblica é analisar o que TAMBÉM está escrito, pois cotejando uma passagem com outra podemos ver com mais clareza o sumo pedagógico, evitando a literalização, o apego exagerado ao que está escrito, desprezando o contexto específico, as figuras de linguagem e costumes de uma determinada época. Sabemos que muitas das cartas de Paulo foram escritas visando um público determinado e uma situação específica existente. Ao se cotejar “passagens” com “passagens” podemos auferir compreensão mais acurada e clara acerca dos assuntos. Se o texto separado da mensagem é amorfo, a mensagem desligada do texto é deformada. O melhor remédio para quem despreza as Escrituras não está no apago exagerado às suas letras. Na verdade, é o outro lado da mesma moeda do erro. Não importa se comemos um bolo envenenado por trás ou pela frente, por cima ou por baixo, o que é letal é o bolo. Tem gente que sai de uma arapuca para cair numa ratoeira, livra-se da isca para se emaranhar em redes de pescadores. Os extremos são regiões perigosas. E Satanás utiliza os extremos para ganhar terreno entre nós. A literalização interpretativa feita por alguns é clara nos textos abaixo arrolados, senão vejamos: João: 8.51-52 “Em verdade, em verdade vos digo: se alguém guardar a minha palavra, não verá a morte, eternamente. Disseram-lhe os judeus: Agora, estamos certos de que tens demônio. Abraão morreu, e também os profetas, e tu dizes: Se alguém guardar a minha palavra, não provará a morte, eternamente.” João: 3.1-4 “Havia, entre os fariseus, um homem chamado Nicodemos, um dos principais dos judeus. Este, de noite, foi ter com Jesus e lhe disse: Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele. A isto, respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?” João: 2.19-20 “Jesus lhes respondeu: Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei. Replicaram os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este santuário, e tu, em três dias, o levantarás?” Contudo, não podemos, por outro lado, à guisa de uma não-literalização interpretativa, corrermos para a anarquização exegética, ou seja, a falta de compromisso com a mensagem do texto. Uma coisa não tem relação com a outra. Muitos erros estão assentados na falta da compreensão exata entre o que seja literalização. O que alguns fizeram nos textos acima é um bom exemplo do que seja isso. A boa exegese se posta no princípio de que as letras carregam em si mesmas informações e fundo pedagógico. Não é a letra nosso objetivo, mas o que ela ensina. Exatamente isso, o que a letra ensina. Tanto a idolatria textual quanto o desprezo do texto é farinha do mesmo saco, que alimenta a pança de Satanás. É interessante notar como Jesus se defende do ardil de Satanás. Ele assevera: “Também está escrito”. Uma das mais eficazes ferramentas didáticas para a correta interpretação bíblica é analisar o que TAMBÉM está escrito, pois cotejando uma passagem com outra podemos ver com mais clareza o sumo pedagógico, evitando o letrismo, apego exagerado ao que está escrito, desprezando o contexto específico, as figuras de linguagem e costumes de uma determinada época. Sabemos que muitas das cartas de Paulo foram escritas visando um público determinado e uma situação específica existente. Ao se cotejar “passagens” com “passagens” podemos auferir uma compreensão mais acurada e clara acerca dos assuntos. Se o texto separado da mensagem é amorfo, a mensagem desligada do texto é deformada. O melhor remédio para quem despreza as Escrituras não está no apago exagerado às suas letras. Na verdade é o outro lado da mesma moeda do erro. Não importa se comemos um bolo envenenado por trás ou pela frente, por cima ou por baixo, o que é letal é o bolo. Tem gente que sai de uma arapuca para cair numa ratoeira, livra-se da isca para se emaranhar em redes de pescadores. Os extremos são regiões perigosas. E Satanás utiliza os extremos para ganhar terreno entre nós. A iluminação bem iluminada procurar entender a MENSAGEM. Essa deve ser a meta buscada por nós intérpretes. Existem ensinos por trás do véu das letras e esse deve ser o motivo maior de nossas leituras. ASPECTO CULTURAL NO FILTRO EXEGÉTICO A questão do aspecto cultural sempre foi um tema importante nas discussões exegéticas. Como separar, dentro da Bíblia, as questões de cunho cultural das questões que são essenciais? Como separar uma coisa da outra? Essa é a grande questão que nós temos que responder. Vou arriscar: Se alguém fosse descrever uma vaca, há dois mil anos atrás, falaria que é um animal que geralmente produz leite, gera bezerros, serve de alimentos para carnívoro e emitem um barulho, mais ou menos assim: “moooommmm!!!”. Ora, não seria muito diferente de uma descrição atual da espécie. Mas se falassem sobre o método que utilizavam naquele tempo para ordenhar o animal, ai seria completamente diferente do que é utilizado nos laticínios mais modernos de hoje em dia. A essência das coisas não muda, a mutação somente concerne à formatação. Questões meramente de forma podem ser repensadas no contexto bíblico, não de essência. Nada que tenha, portanto, relação com a ética, valores morais, ontológicos ou essenciais, questões inerentes ao ser humano, a Deus, e doutrinas bíblicas, nada disso pode ser considerado como cultural. O que pode ser considerado como fruto de uma época são questões sempre de formatação. Dois exemplos. O primeiro é a utilização do véu. O véu tinha um importante significado social para o tempo em que foi escrita a carta de Corinto. Aliás, ainda hoje, há regiões que se uma mulher aparecer com as frontes desnudas pechas contra si poderão surgir. Mas para nós ocidentais, mais precisamente latino-americanos, não há significações em as mulheres utilizarem ou não o véu. Não é a mera utilização do véu que preocupa fundamentalmente o apóstolo, mas o que isso significa. Ou seja, é o que isso significa que é realmente importante. Este é o foco da preocupação do apóstolo. Se, nos nossos dias, no ocidente, tal indumentária não significa coisa alguma, tal ordenança perde sua eficácia. Pois a utilização de um pano na cabeça das mulheres sem uma significação social, não passa de um tecido pendurado na cabeça e isso não diz respeito a valores eternos ou princípios fundantes ou moralidade essencialmente constituída. O véu, em verdade, tinha o sentido de demonstrar que uma mulher estava sob a autoridade do marido. A intenção de Paulo não era a de incentivar a utilização de uma determinada roupa pelas mulheres, mas incentivar que demonstrassem honra, respeito e submissão aos seus maridos. Como vivia numa época em que o véu tinha esta função, ele incentivou o seu uso na igreja. O segundo exemplo é o homossexualismo. Tal prática não tem nada a ver com cultura, até porque o citado comportamento é encontrado nas mais diversas civilizações. Na Grécia antiga, por exemplo, o ato homossexual era incentivado por causa de uma advocacia acerca dos efeitos benéficos da propriedade química do sêmen motivado por uma ciência primitiva. Era praticado, principalmente, entre discípulos e professores, pois a visão primitiva relacionada ao sêmen tem a ver com força e poder. É o sêmen que produz vida. Seres nascem por causa do sêmen, essa era a linha do pensamento. Por conseguinte, na visão primitiva, o depósito de sêmen na terra dava vida a mesma, fazendo prosperar a produção de cereais e outros alimentos. Daí surgiram, as prostitutas cultuais e festas para “deuses” que exigiam o sêmen como parte do ritual. Desta noção, outrossim, viera o costume de se incentivar a relação sexual entre professores e alunos, uma vez que o poder e sabedoria dos professores seriam transferidos via sêmen aos alunos. Trocando em miúdos, o homossexualismo sempre existiu. Apercebe-se, na mesma linha, que o homem foi feito para se relacionar com uma mulher. Isso faz parte da ontologia do ser. Isto é ontológico, não é cultural, faz parte das raízes da criação, da ordem formada por Deus, e tais circunstâncias são eternas, não mudam, sejam quais forem as culturas em foco. Há valores que são eternos e nunca passarão por metamorfose, são ULTRACULTURAIS. Por exemplo, nunca se poderá defender que será legítimo se adentrar na casa de uma família honesta para matá-los todos por causa de uma brincadeira que alguns jovens costumam fazer para se divertir no sábado à noite. Por que isso não poderá se tornar legítimo algum dia? Por que não poderá fazer parte da cultura de uma época? Porque existem valores e princípios que são ULTRACULTURAIS, que estão acima da cultura. Isso será um vitupério seja qual for o tempo em que for praticado. Seja há três séculos atrás ou a frente. Isto posto, fazendo parte do processo de iluminação está a necessidade premente em se apartar as questões de essência das formatativas. Faremos isso com inteireza a partir do momento em que compreendermos o que pode ser repensado do que não pode. Lembrando: Questões ontológicas, morais, éticas, canonicidade e princípios bíblicos são inegociáveis em quaisquer culturas.

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