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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

JONAS

“Então orou ao Senhor e disse: Ah! Senhor! Não foi isso que eu disse quando ainda estava na minha terra? Por isso é que fugi depressa para Társis, pois sabia que és Deus compassivo e misericordioso, paciente e cheio de amor, e que te arrependes do mal.” (Jonas 4.2). Jonas, o filho de Amitai, natural da cidade de Gate-Héfer, na Galiléia, profeta de Israel, foi enviado a Nínive, a grande capital do império assírio, para pregar-lhe o juízo divino porque sua maldade subiu até Deus. Porém, em vez de obedecer a ordem, Jonas fugiu dela. O Senhor, de um modo trágico, fê-lo voltar e cumprir a missão. Finalmente ele proclamou aos ninivitas que sua cidade seria destruída dali a quarenta dias. Ao ouvir a mensagem poderosa do profeta, o próprio rei de Nínive proclamou um jejum que afetou até os animais, e todos os habitantes se vestiram de pano de saco, se assentaram sobre cinza, e clamaram pela misericórdia divina. Ao ver o arrependimento dos ninivitas e a sua conversão, Deus mudou sua decisão e resolveu que não mais iria destruir a cidade. “Jonas, porém, ficou extremamente contrariado e furioso” (Jn.4.1), e fez a oração que transcrevemos acima, concluindo-a com um pedido drástico: “Ó Senhor, agora tira-me a vida, pois, para mim, morrer é melhor do que viver.” (Jn.4.3). Isso é oração que se faça? Aliás, é bom nunca orar quando estivermos em um momento de fúria, mas Jonas fez isso duas vezes, porque o Senhor quis dar-lhe uma lição, fazendo nascer uma aboboreira para prover-lhe sombra, e em seguida fazendo-a morrer. E Jonas de novo ficou irado, desta vez por causa da morte da aboboreira, e de novo orou pedindo a morte. Pois é, ele teve compaixão da aboboreira, e não queria que o Senhor se compadecesse de cento e vinte mil pessoas! Mas foi por isso mesmo que ele fugiu para Társis. Ele não gostava daquela versão de um Deus “compassivo e misericordioso, paciente e cheio de amor”. Ele preferia a versão de um Deus iracundo, furioso, que faz descer fogo do céu para consumir os pecadores, principalmente os pecadores inimigos. Ele nunca quis a conversão dos ninivitas; por essa razão evitou ao máximo pregar àquele povo. Infelizmente em nossas igrejas, hoje em dia, há muita gente como Jonas, cuja mensagem é cheia da ira divina. Não muito longe do bairro onde fica a minha igreja há um cemitério, onde sou obrigado a ir de vez em quando, para participar do sepultamento de algum irmão ou vizinho. Na principal rua interna daquele cemitério sempre encontro alguns crentes que ali se postam para evangelizar os que vão sepultar alguém. Porém, em vez de ouvir de uma mensagem de consolo, numa hora em que muito precisam disso, os que passam ouvem uma palavra dura. Como Jonas, aqueles homens preferem o Deus da ira. É sempre bom lembrar: “Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (1Jo.4.8)

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