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quinta-feira, 27 de agosto de 2015

RELIGIÃO

“Corra, porém, a justiça como as águas, e a retidão, como o ribeiro perene.” (Amós 5.24). O título acima foi tomado emprestado de J. A. Motyer, que assim denominou um dos capítulos de seu livro “The Day of the Lion” (publicado no Brasil com o título de A Mensagem de Amós, ABU Editora, SP, 2ª. Ed., 1991). A ideia é que os israelitas haviam colocado sua religião num compartimento estanque, completamente isolado do restante de sua experiência diária. Os versículos 21 a 23 de Amós 5 falam de um culto exuberante, com abundância de festas e assembleias solenes, ofertas, sacrifícios e música, porém, mais do que isto, o que Deus queria deles era abundância de justiça e retidão. As águas correntes de um rio perene, coisa rara na Palestina, eram símbolo de abundância para os israelitas. Os fariseus do tempo de Jesus também haviam colocado sua religião numa caixa. O Senhor, falando à maneira de Amós, os acusou de dar o dízimo até mesmo dos temperos que cultivavam na horta doméstica, mas de omitirem o que há de mais importante na Lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade (Mt.23.23). Dar o dízimo dessas coisas era o suprassumo do legalismo; praticar a justiça, a misericórdia e a fidelidade era o suprassumo da Lei de Moisés. Por isso, o Mestre começou sua crítica dizendo: “Os escribas e fariseus se assentam na cadeira de Moisés. Portanto, fazei e guardai tudo o que eles vos disserem; mas não lhes imiteis as obras, pois não praticam o que dizem.” (Mt.23.2,3). Mas, antes que nos apressemos a condenar os israelitas dos tempos de Amós e de Jesus, façamos uma autoanálise: Não estamos nós também guardando nossa fé numa caixa, cuja tampa só levantamos umas pouquíssimas horas por semana, deixando-a fechada em todo o resto do tempo? No domingo à noite somos adoradores vibrantes, mas na segunda feira somos tão ímpios como qualquer incrédulo escarnecedor. Para Amós, justiça era o cultivo e a prática de princípios morais e espirituais corretos, e retidão era o resultado dessa prática na vida pessoal. Nossa religião não pode ser dissociada do resto de nossa vida cotidiana, não pode ser guardada num compartimento. Portanto, tomemos cuidado para não ouvir de Deus expressões como “detesto”, “desprezo”, “não me agrado”, “não ouço”, a respeito dos nossos cultos. “A evidência da verdadeira religião é que ela toca a vida inteira com a santidade da obediência à sua Palavra e às suas ordens. Deus não vai viver infinitamente com o mau cheiro da religião falsa em suas narinas e com esse barulho nos seus ouvidos.” (Motyer, do livro já citado, p.129).

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