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domingo, 12 de novembro de 2023

ABENCOADOS


 

Neste capítulo 2 da primeira epístola de Pedro, existe uma comparação entre quem éramos e quem somos; onde estávamos e onde nos encontramos agora. Veja: “vós, sim, que, antes, não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus, que não tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia” (1Pe 2:10). Que magníficas e verdadeiras palavras!

 

Essa maravilhosa afirmação nos traz duas verdades. A primeira é quem somos e a segunda o que temos. Isso nos traz à memória o nosso estado inicial, espalhados e perdidos, porém fomos amados, chamados e feitos povo de Deus. Novamente, o autor usa a expressão grega laos para se referir a “povo”, indicando um grupo de pessoas com a mesma origem e afinidade. Refere-se à nossa nova identidade em Cristo Jesus.

 

Não somos mais indivíduos, mas povo, família de Deus. Não estamos mais dispersos, mas chamados e acolhidos por Ele. Não vivemos mais na ignorância, mas sabemos de onde viemos e para onde iremos. Não estamos mais fragmentados, mas somos um povo com um Rei. Assim, somos abençoados além do que podemos imaginar e comunicar, pois somos quem não éramos, fruto do inimaginável amor de Deus. 

 

O verso 10, porém, não abrange apenas a nossa identidade, mas também o que recebemos de Deus. Recebemos misericórdia! A expressão “alcançastes misericórdia” (eleeo) é usada para o ato de socorro a um aflito e miserável. Indica que foi somente pela misericórdia de Deus que somos o que somos e temos o que temos. Nada mais! A nossa identidade em Cristo não foi comprada por nosso esforço, capacidade ou mérito. Não é assegurada pela igreja, líderes ou pregadores, nem se alicerça no conhecimento humano ou em promessas de falsos profetas. É resultado apenas da ação misericordiosa de Deus. 

 

Sabemos que “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim” (Lm 3:22). E também: “terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão” (Rm 9:15). Vemos o clamor do salmista: “mostra-nos, Senhor, a tua misericórdia e concede-nos a tua salvação” (Sl 85:7). Recebemos a promessa de que “a sua misericórdia vai de geração em geração sobre os que o temem” (Lc 1:50). Somos livres, pois o Senhor afirma: “[...] usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei (Hb 8:12). Por fim, estas incontáveis e imerecidas misericórdias “renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade” (Lm 3:23). 


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