Gosto muito de estabelecer parceiras. Para alguém que gosta de fazer tarefas e riscá-las da lista, as parcerias são algo brilhante. Um problema que parece intimidador pode ser resolvido com muito mais eficiência quando há mais de uma pessoa dedicada a pensar em possíveis soluções. Um projeto que é exaustivo pode ser dividido em tarefas baseadas em habilidades e disponibilidade quando há muitas pessoas envolvidas. As parcerias reúnem criatividade, imaginação, habilidades, talentos, tempo e disponibilidade que, de outra forma, poderiam faltar. No passar dos anos, sempre fiquei animada em ver soluções criativas quando pessoas dedicadas se envolveram em equipe e trabalharam duro para pensar juntas em soluções que nunca nem imaginaríamos se tivéssemos procurado resolver aqueles problemas separadamente. É um privilégio trabalhar em parceria uns com os outros.
Amo também as pessoas, e a mesma abordagem de parcerias pode renovar o ânimo e o vigor para aconselhá-las de maneira eficaz. Frequentemente, nós nos vemos diante de oportunidades para servir pessoas que estão sofrendo em situações que são desafiadoras. Em geral, a dor e os problemas são tão intensos e emaranhados que, sozinhos, parece-nos impossível trabalhá-los em sua complexidade e, ao mesmo tempo, ter disponibilidade e energia tanto para dedicar ao ensino de verdades cruciais das Escrituras quanto para acompanhar o aconselhado para que aprenda a praticar essas verdades na vida diária. Trabalhar em parceria com outros nos aconselhamentos pode abrir ótimas oportunidades para servir nossos aconselhados de uma forma mais completa e eficaz do que simplesmente atacar sozinhos as situações difíceis.
A parceria com mentores [1]
Um tipo de parceria muito eficaz que descobri no aconselhamento é trabalhar com mentores que são treinados para participar no processo de aconselhamento. Gosto de ter mentoras treinadas e experientes sentadas comigo nos meus encontros semanais de aconselhamento. Normalmente, explico às novas aconselhadas, logo no início do processo de aconselhamento, que experimentarão um progresso muito mais rápido se estiverem dispostas a ter uma mentora que as acompanhe durante o processo de aconselhamento. Muitas das aconselhadas concordam em envolver uma mentora para obter quanto mais progresso possível no aconselhamento. Tito 2 resume em múltiplas maneiras que crentes de mais longa data e experientes podem se envolver contribuindo para o amadurecimento cristão, e diversas aconselhadas querem se engajar nesse tipo de relacionamento que pode ajudá-las a viver e refletir o evangelho em sua vida.
Se a aconselhada é da minha igreja, ofereço uma mentora que faz parte da equipe ministerial da própria igreja. Um dos meus principais objetivos no aconselhamento é que rapidamente, embora de maneira eficaz, aquela pessoa querida receba ajuda para resolver os problemas que a fizeram buscar aconselhamento, e entre ou se reintegre num processo normal do discipulado em nossa igreja. Ter uma mentora da igreja na qual a aconselhada já está envolvida ajuda a facilitar em muito essa transição.
Se a aconselhada provém de outra igreja, peço ao seu pastor que recomende alguém que possa preencher eficientemente esse papel. Essa é uma das maneiras com que procuro comunicar com o pastor e coordenar a parceria com a igreja para acompanhar aquela pessoa. Isso ajuda a aconselhada a ficar enraizada e envolvida na própria igreja local enquanto o nosso ministério de aconselhamento se dispõe a ajudá-la.
Trabalhando juntos para alcançar alvos em comum
Descobri que uma hora por semana não parece ser tempo suficiente para ajudar efetivamente algumas pessoas que são confiadas aos meus cuidados e apresentam situações difíceis de aconselhamento. As situações complexas envolvidas na adicção, em traumas, hábitos pecaminosos que escravizam ou casamentos e relacionamentos difíceis atingem de tal forma a totalidade da vida da pessoa que somente a coleta de dados já pode ocupar a maior parte da duração de um encontro de aconselhamento, especialmente no início. Isso nos deixa pouco tempo para ministrar compassivamente a Palavra de Deus ou pensar em aplicar atividades práticas criativas dentro de um encontro com cerca de uma hora de duração, especialmente se há outros casos de aconselhamento agendados na sequência.
Em geral, um mentor participa de cada encontro semanal de aconselhamento, inserindo-se no processo o mais cedo possível, para observar a coleta de dados, o ensino e a prestação de contas semanal. Começamos com a expectativa de que o mentor se encontre ou converse com o aconselhado durante a semana para encorajar, desafiar, fazer uma prestação de contas ou apoiar de alguma outra maneira o aconselhado no seu progresso.
No início da parceira aconselhamento/mentoria, costumo orientar especificamente a mentora para que ela saiba exatamente o que perguntar ou falar durante a mentoria. Em seguida, durante a coleta de dados no começo de cada encontro seguinte, peço um feedback do tempo da mentoria e uso isso para me ajudar a decidir qual direção tomaremos no encontro de aconselhamento daquele dia. Às vezes, aquilo que me é relatado sobre o tempo de mentoria fornece uma visão mais ampla para entender com maior clareza a situação específica da aconselhada. Isso me auxilia a proporcionar uma ajuda mais concisa durante o encontro de aconselhamento.
Um mentor usa seu tempo semanal com o aconselhado, fora dos encontros com o conselheiro, para lembrá-lo das verdades discutidas nos encontros anteriores. Isso ajuda a manter o aconselhado responsável por aplicar os conceitos bíblicos e por buscar soluções criativas para os problemas que aparecem durante a semana. Também ajuda a oferecer encorajamento e ânimo para o aconselhado nos momentos em que parece ser muito difícil amar Deus e as outros de modo prático durante a semana. Alguns mentores também se dispõem a mandar mensagens encorajando o aconselhado, orando com ele no telefone ou por meio de um aplicativo de mensagens. Ao estabelecer uma parceria com um mentor que tem conhecimento do que está acontecendo nos encontros com o conselheiro, e também dispõe de tempo para ajudar o aconselhado durante a semana, pode-se atingir um progresso incrível, especialmente nos casos difíceis ou complexos.
Considero um motivo de gratidão fazer parte de uma igreja que tem tanto o ministério de aconselhamento quanto o de mentoria para homens e mulheres. Tenho o privilégio de ministrar sobre uma base de décadas de investimento daqueles que vieram antes de mim. O ministério do qual faço parte foi construído no contexto de uma igreja que focou na suficiência da Escritura, desenvolvendo e estabelecendo métodos para uma prática efetiva do aconselhamento bíblico a partir do ministério de discipulado que é parte vital da igreja. Trata-se de uma abordagem de aconselhamento traçada para ir ao encontro das pessoas ali onde elas estão e ajudá-las a andar no caminho de vida recompensador que encontramos em Cristo.
Com as parcerias entre conselheiros e mentores que são treinados e incentivados para servir pessoas que se desencaminharam em meio às realidades difíceis da vida em um mundo perdido, apontamos pessoas para Jesus. Ele é a solução para os maiores problemas. Ministramos, porém, contando com a presença do Espírito Santo, que nos ajuda a realizar boas obras no processo de aconselhamento, para a glória do Deus que foi sábio suficiente para criar desde o início o ministério colaborativo.
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