OLHOS

 

 Amanhece para todos nós a última semana do mês de setembro... Estamos na primavera e, também, no mês da Bíblia... O tempo segue em frente, nossa vida faz uso inteligente do tempo, para alcançar a felicidade... Um dia alegre e abençoada semana! “Olhos que olham são comuns. Olhos que veem são raros.” São tantos registros que nossos olhos realizam a todo instante, que fica impossível calcular. O olhar é simplesmente fantástico, pois substitui tranquilamente, em algumas situações, a comunicação oral. Muitos são os olhares que falam, utilizando-se de outras linguagens. Minha preferência é por olhares calmos e desarmados, olhares que não condenam e nem provocam, olhares que olham naturalmente. Através do olhar, damos existência às coisas e, principalmente, às pessoas. A limitação da visão é fonte de sofrimento, pois pode impedir o fluxo normal do cotidiano. Ainda bem que a acessibilidade tem prestado atenção e favorecido outras formas de ‘enxergar’. A grande maioria possui olhos para olhar. Porém, tem gente especial, pois os olhos vão além do gesto de olhar, são olhos que veem. O ser humano é dotado da capacidade de ir além da aparência e de tudo o que ocupa a superficialidade, para alcançar as profundezas do existir. Uma mãe, com um simples olhar, percebe o coração daquele que ela mesma gerou. Porém, para ver o que a interioridade humana reserva é necessário diminuir o passo, sentir o compasso e abraçar a serenidade. A pressa está roubando as melhores imagens e descartando os momentos mais intensos. Quando os compromissos se multiplicam, sinto falta de olhar longe, de ficar um pouco mais na janela e de comtemplar os detalhes que surpreendem e encantam. Fico atento para que o meu olhar não seja massivo, isto é, que não deixe de ver cada pessoa como única. O olhar não é comum quando o coração guarda amor. Quanto mais repleto de amor estiver o coração, mais ampla e delicadamente o olhar vê o universo, de perto e de longe. Olhar por olhar é muito pouco. Queremos ver e internalizar a beleza de tudo, principalmente dos gestos humanos. Vivamos atentos para captar o melhor, até nascer o desejo de olhar para o infinito e simplesmente agradecer. Viver é algo extraordinário.