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segunda-feira, 25 de maio de 2015

SOFRO, LOGO SOU PECADOR?

“Lembra-te disto agora: qual foi o inocente que já pereceu? E os corretos? Onde foram destruídos? Pelo que tenho visto, quem planta o pecado e semeia o mal, haverá de colher isso.” (Jó 4.7,8). Se não fosse uma impropriedade, diríamos que os amigos de Jó, ao acusá-lo, usavam a lógica cartesiana muitos séculos antes de René Descartes formulá-la. Os amigos de Jó tinham uma teologia que poderíamos chamar de “mecanicista”, isto é, baseada numa relação de causa e efeito. Se Jó estava sofrendo uma desgraça daquele tamanho é porque tinha cometido um pecado (ou pecados) na mesma proporção. Entretanto, o caso de Jó, e como de resto, o de muitos outros, não se enquadra nesse determinismo. A respeito dele, o próprio Deus havia dito a Satanás: “Na terra não há ninguém como ele.” (Jó 1.8).E agora, como é que fica? O problema do mal tem gerado discussões intermináveis e nenhuma explicação satisfatória. Talvez seja porque tentam explicar o inexplicável, o que não está em nossa alçada entender. Como lemos em Deuteronômio 29.29: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, mas as reveladas pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que obedeçamos a todas as palavras desta lei.” É claro que isto não impede de nos queixarmos do sofrimento, como fez Jó. O profeta Habacuque também queixou-se a Deus, primeiro por causa dos pecados de Judá, depois porque o Senhor os puniu por meio dos babilônios, um povo pagão. Como a revelação é progressiva, a resposta que o Senhor deu a Habacuque foi melhor do que a que ele deu a Jó, tanto que foi recuperada no Novo Testamento: “O justo viverá por sua fé.” (Hc.2.4; Rm.1.17; Hb.10.38). Assim, o profeta pôde afirmar: “Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto nas videiras; ainda que o produto da oliveira falhe, e os campos não produzam mantimento; ainda que o rebanho seja exterminado do estábulo e não haja gado nos currais; mesmo assim, eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação.” (Hc.3.17,18). Seremos capazes de fazer o mesmo?

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