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sexta-feira, 29 de março de 2024

FAZ

 

  O silêncio faz companhia para o amanhecer desta Sexta-Feira Santa... Jesus carrega uma pesada Cruz... Cai uma, duas e três vezes, mas vai até o fim... Quando a vida se faz doação, o amor vence a dor... Abençoada Sexta-Feira Santa! “Em milhares de agonias eu existo. Vejo o sol, e se não vejo o sol, sei que está lá. E há uma vida inteira nisso, em saber que o sol está lá.” (Dostoievski). Em alguns dias, o sol fica ofuscado, quase tristonho, vencido por nuvens espeças. Se sua função é brilhar, queremos usufruir desta missão específica, pois precisamos dos seus raios. Mas existe um outro Sol, que foi agressivamente ofuscado. Naquela derradeira Sexta-Feira, que se transformou em santa, uma escuridão tomou conta da terra, em pleno dia a noite se impôs. A humanidade ouviu um forte trovão, tudo estava consumado. Por uns instantes, a vida foi vencida, uma árvore emprestou as madeiras e uma Cruz foi construída. Na verdade a madeira foi transformada numa cruz para crucificar o Amor de Deus feito Humano. O motivo de tal condenação? Ameaça ao poder constituído, medo de outro reinado, receio de acolher o novo. Já se passaram dois mil anos e a Cruz continua questionando, inspirando e apontando. Um lenho está posto na horizontal e o outro na vertical, apontando respectivamente para o alto e para os lados. Quem segue Jesus, o Servo Sofredor, é convidado a carregar a respectiva cruz, sem reclamar. A Cruz é o nosso sinal: olhamos para Deus e abraçamos os irmãos e irmãs mais necessitados. O que nos sustenta é a fé na ressurreição, pois sabemos que depois da Cruz vem a Luz. Enquanto isso, Jesus continua presente nas milhares de agonias que massacram tantos inocentes. Nos momentos mais difíceis, mesmo correndo o risco de não poder enxergar, eu sinto que Ele está lá. Por mais dolorida que seja a dor existencial, como é bom saber que Ele está lá, sempre pronto a abraçar e a aliviar. Enquanto houver dores e agonias, Jesus continua carregando a Cruz, caindo algumas vezes, mas sempre determinado a continuar. No caminho surge Cireneu, que ajuda carregar a Cruz. Do nada, Verônica se inclina para secar o rosto d’Ele, pois suava sangue. Jamais saberemos o real peso da Cruz e a humilhação da injusta condenação, mas sabemos que Ele está lá. Se o astro sol está sempre presente, mesmo quando não aparece, quanto mais Jesus, o nosso Sol maior, seca nossas lágrimas e socorre nossas agonias. Um dia tudo será diferente, eu creio. Se não for na terra, será no céu. 

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