POUCOS

 

 Acordando aos poucos... Vida, eu te quero... Que este novo dia seja sereno e alegre... Na persistência e na paciência, vamos que vamos... Feliz dia! “Há brotos que renascem de improváveis dias, depois de insuportáveis noites.” (Gabriel Chalita). O outono chegou. Muitos cenários coloridos teremos pela frente. Encantamento e contemplação se unem para emocionar corações sensíveis. Todos deveriam saber as estações do ano, pois elas atuam diretamente sobre cada um, não apenas pelo específico, mas também pelas sensações que causam. Sim, cada qual tem suas preferências, mas as estações acontecem num patamar mais elevado, que independe dos gostos particulares. Para além das estações, está a nossa vida que consiste num eterno semear e replantar. O que é admirável é que muitos brotos renascem em cenários improváveis, confirmando a força da vida. A natureza, além de ser bela, ensina muito. Lamento a falta de contato da maioria com o meio ambiente. A interação com a terra e com a diversidade natural impacta diretamente no humor, na serenidade e na saúde. Andamos excessivamente fascinados com os avanços da tecnologia e com os meios que surgem a todo instante. A vida está melhorando ascendentemente, mas ainda estamos em débito com a paz e com a felicidade. Sempre lembro de quem não tem acesso aos novos recursos, por falta de condições dignas de vida. Que todos possam ter a sensibilidade de garantir a inclusão daqueles que estão à margem da dignidade. Voltemos à natureza e observemos o germinar da semente, a persistência da nova plantinha, as flores que continuamente desabrocham e os frutos que são colhidos. Se muitos brotos surgem em condições improváveis, não podemos esquecer que os milagres são uma constante em todos os lugares, principalmente no coração das pessoas mais espiritualizadas. Nem as noites mais insuportáveis podem neutralizar um maravilhoso amanhecer. A vida é persistente e, praticamente, vitoriosa, pois sabe se refazer e das cinzas faz surgir um mundo novo. Por mais pessoas que saibam renascer sem ficar repetidamente lamentando as dores de uma insuportável noite. Da minha janela busco o colorido dos plátanos. Ainda é cedo, mas vão amarelar e fazer do chão um lindo tapete. Bênção!