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terça-feira, 30 de junho de 2015

A VIDA CRISTÃ É UMA GUERRA?

A VIDA CRISTÃ É UMA GUERRA? “O cavalo prepara-se para o dia da batalha, mas a vitória vem do Senhor.” (Provérbios 21.31). Descobri recentemente que, na enxurrada de Bíblias disso e daquilo, lançadas no mercado evangélico brasileiro, também existe a Bíblia do Guerreiro, anunciada efusivamente como a Bíblia da batalha espiritual. O fato de alguém ter uma visão espiritual (e também intelectual) tão míope, tão estreita, que seja capaz ver a Bíblia dessa maneira, deriva de uma tendência surgida há alguns anos nos Estados Unidos da América (sempre lá!) de resumir a vida cristã a uma guerra. Pode-se falar até em uma “Teologia de Guerra”, que encontrou muitos seguidores no Brasil. Aliás, a Bíblia do Guerreiro é um produto brasileiro. Quem toma conhecimento dos componentes dessa “Teologia de Guerra” – espíritos territoriais, mapeamento espiritual, oração de guerra, maldição hereditária, maldição em objetos, lugares, palavras e culturas, espíritos familiares, etc., etc. – baseados num “maniqueísmo” que praticamente atribui a Satanás um poder igual ao do Deus Todo-Poderoso, não pode deixar de fazer ligação com doutrinas pagãs bem conhecidas, que ensinam que a existência do mal é essencial à existência do bem, como o zoroastrismo e o Yin e Yan. Ao lermos o que os teóricos (ou “teólogos”) da batalha espiritual escrevem, somos levados a pensar que a vida cristã nada mais é do que uma permanente guerra contra o Diabo e seu sub-mundo. Na verdade o movimento da batalha espiritual é uma iniciativa humanista e não tem nada a ver com o evangelho da graça. A ele se aplica bem o ensinamento do sábio no versículo acima transcrito, pois representa uma tentativa de substituir Deus na luta contra o mal. O Senhor nunca precisou de cavalos nem de carros de guerra para vencer suas batalhas e para dar-nos vitória nas nossas. Ele não precisa das nossas declarações tolas de posse de territórios ou de quebra de maldições. Ela não precisa das nossas orações de guerra. Foi Jesus quem disse que “o príncipe deste mundo já está condenado.” (Jo.16.11). Satanás é derrotado, e Jesus é entronizado, toda vez que uma pessoa o aceita como Salvador e Senhor de verdade. É claro que temos uma luta espiritual, mas não só isso. Todos sabemos que guerra é uma coisa traumática e depressiva, e que a cultura de guerra é uma cultura de medo, agressividade e violência. O apóstolo Paulo ensinou que o Reino de Deus é mais do que isso, é “justiça, paz e alegria no Espírito Santo”. Jesus não veio meramente para nos lançar numa guerra mortal, mas para “termos vida, e a termos com plenitude.” (Jo.10.10). E outra coisa: Jesus não disse que bem-aventurados são os guerreiros, e sim que “bem-aventurados são os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus.” (Mt.5.9). Quanto à nossa luta contra Satanás e seus anjos, usemos as verdadeiras armas, as de Deus: o cinto da verdade, a couraça da justiça, os calçados do evangelho da paz, o escudo da fé, o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus. (Ef.6.10-18).

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