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terça-feira, 23 de junho de 2015

MUITO ACIMA DOS MONTES

MUITO ACIMA DOS MONTES “Elevo os meus olhos para os montes; de onde vem o meu socorro? Meu socorro vem do Senhor que fez os céus e a terra.” (Salmo 121.1,2). Os salmos 120 a 134 constituem uma coletânea chamada de Cânticos dos Degraus. Eles receberam esse nome porque eram usados pelos peregrinos que se dirigiam a Jerusalém para cultuar o Senhor no seu templo. Jerusalém está situada numa região montanhosa, a uma altitude de 786 metros acima do nível do mar. Muitos peregrinos moravam nas regiões baixas da Palestina e tinham que subir muito até chegar à cidade santa. Por isso, o v.1, acima transcrito, é a fala de alguém que contempla os montes longínquos enquanto caminha. Os montes foram cena de grandes eventos da história do povo de Deus, como o Sinai, o Horebe e o Carmelo. Foi num deles que foi edificado o templo de Jerusalém, o monte Sião. Portanto, os montes eram uma representação usual da fé e da comunhão com Deus para os israelitas. Também para os cristãos, pois foi num monte, o Tabor, que Jesus foi transfigurado, foi num monte que Jesus subiu para orar, e em outro foi crucificado. Alguns comentaristas, entretanto, supõem que o salmista estava se referindo aos perigos e às dificuldades que os montes escondiam. Muitas vezes os caminhos eram apertados, sinuosos e íngremes, os viajantes eram açoitados pelos ventos, pelas tempestades violentas e pelo frio, além da dificuldade de encontrar abrigo para passar a noite. Um perigo maior ainda eram os salteadores, mencionados inclusive por Jesus, para os quais os montes eram um lugar ideal para a sua prática delituosa e para se esconderem. Mas os montes foram também um lugar de idolatria desenfreada, praticada pelos cananeus e imitada pelos israelitas. Nos livros que contam a história dos reis de Judá e Israel, muitos deles são citados como promotores desses locais como centros de idolatria. De acordo com 1Reis 14.23, essa prática já era disseminada no reinado de Roboão, filho de Salomão e neto Davi: “Edificaram altares nas colinas, colunas e postes sagrados sobre todo monte e debaixo de toda árvore frondosa.” Por todas essas razões é que o salmista diz que o seu socorro está muito além e muito acima dos montes. Não está no monte Sião, ainda que nele esteja a casa de Deus entre seu povo, nem no Sinai, onde o Senhor ditou sua Palavra a Moisés. Por outro lado, não teme o peregrino as dificuldades e perigos da escalada, porque o Senhor, que fez os céus e a terra, é aquele em cuja presença ele caminha. Por isso, quando ouço de crentes que vão aos montes para orar, eu me pergunto: Será que eles pensam que o seu socorro está nos montes?

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