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quinta-feira, 18 de junho de 2015

FOFOCA

Chamamos de fofocas os comentários que fazemos sobre os outros. "Fofoca" é palavra de possível origem africana e vem de "remexer"; fofocar é remexer na vida alheia, como aquele que remexe a lata do lixo, com a diferença que não procura o que serve, mas o que não presta. A fofoca é como um furto, porque a pessoa se apropria de uma história de vida que não é a sua. No entanto, em lugar de "fofoca", devíamos preferir a palavra "maledicência", porque sua etimologia revela o que tem de pior: é o ato de maldizer. A maledicência não pode ser apenas um passatempo, como insinuam as publicações especializadas em disseminá-las. A maledicência mata. A maledicência destrói porque é uma invasão da privacidade alheia. O maledicente compartilha notícias, falsas ou verdadeiras, sobre pessoas que não aprovariam a maioria delas. Escutar maledicências é ser cúmplice no assassinato do outro. Como diz a Bíblia, andar "como mexeriqueiro" é "atentar contra a vida do próximo" (Levítico 19.16). É pecado ouvir fuxico; é pecado passar adiante uma informação não autorizada. Com a proliferação da internet, há um outro tipo de maledicência, que vem no reencaminhamento de notas, algumas começando assim: "Não sei se é verdade, mas, pelo sim, pelo não, encaminho a mensagem que recebi...". Ora, quem repassa uma informação que pode ser mentirosa mentiroso é. Assim, antes de passar, devemos conferir; na dúvida, só nos cabe deletar. Nos comentários postados nas redes sociais e nas páginas noticiosas, a maldade humana se revela em toda a sua intensidade. Predominam os xingamentos, os palavrões, num ódio gratuito, visando aniquilar pessoas ou ideias, em atos que poderíamos chamar de logo-homicídios, isto é, homicídios com palavras transformadas em lâminas ou balas para matar. Nossas palavras deviam ser sempre para bendizer.

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