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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

FALTA

 A falta de compreensão sobre o evangelho e sua relação com a cultura humana tem promovido posições extremadas e algumas heresias.

 

Aqueles que advogam que o evangelho existe desconectado da cultura humana o apresentam sem qualquer atenção ao contexto. O resultado é uma mensagem com conteúdo bíblico fiel, mas incompreensível. Heresias não nascem apenas da pregação de mensagens que não sejam bíblicas; nascem também quando mensagens bíblicas não são bem compreendidas.

  

Por outro lado, aqueles que veem o evangelho meramente como uma expressão ou produto da cultura humana, tendem a enfatizar mais o seu efeito social à sua transformação espiritual. Eles proclamam uma mensagem que não confronta, não desafia e não transforma. Em dias de crescente pluralismo e profundo relativismo, a tentação é proclamar um evangelho humanista de simples conforto para os aflitos, e não o evangelho de Deus, que acusa o pecado, busca o perdido e o transforma pelo sangue do Cordeiro Jesus.

 

Nossos cânticos litúrgicos, pregações e livros parecem se dedicar cada vez mais a fazer o ser humano sentir-se bem consigo mesmo. Fala-se sobre esperança e fé, graça e perdão, alegria e paz. Estes são, certamente, valores do evangelho. Mas não podemos nos esquecer que a mensagem de Deus também acusa o pecado, apresenta o juízo e condena o pecador que não se arrepende. O evangelho que não confronta, desafia e transforma, não é o evangelho.

 

Creio que podemos compreender o evangelho como supracultural, pois explica o homem, nas Escrituras, sua identidade e propósito (2 Tm 3.16,17); multicultural, atrai ao redor de Jesus Cristo pessoas de todos os povos, línguas, tribos e nações (Apoc 5.9); transcultural, deve ser enviado de uma cultura a outra, até que todos o ouçam (At 1.8); cultural, tendo sido revelado à humanidade em sua história, Jesus encarnado em nosso tempo e espaço (Jo 1.14); intercultural, à medida que promove comunicação, entendimento e comunhão entre pessoas de diferentes culturas (Cl 3.11); contracultural, pois confronta o homem em sua própria vida e cultura, produzindo real, pessoal e eterna transformação (At 26.18).

 

O evangelho nos convida a sermos humildes, mas valentes; simpáticos, mas intrépidos; fiéis no conteúdo, mas também na comunicação; apresentando a Graça e também a justiça de Deus em Cristo Jesus.

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