sábado, 18 de fevereiro de 2023

PASTOR

 OREM POR SEU PASTOR


Irmãos, eu me sirvo da presente pastoral para suplicar que vocês estejam em oração por mim. Vez por outra me ponho a fazer uma avaliação do ministério pastoral e de como eu tenho caminhado enquanto ministro do evangelho. E nos últimos dias tenho me encontrado abatido. A tarefa diante de mim é por demais nobre, mas, por isso mesmo, é imensa, é gigantesca. Tenho lido e meditado em algumas passagens bíblicas que trazem lições a respeito do que os pastores devem esperar e, confesso, a agitação tem se abrigado em meu peito.


Tenho meditado em Tiago 3.1: “Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres, sabendo que havemos de receber maior juízo”. “Maior juízo”. Quando penso nas minhas fraquezas, nos meus pecados, nas vezes em que falhei no ministério e no que esse versículo diz, coloco a minha boca no pó e peço a Deus que tenha misericórdia de mim. Ensinar a Palavra de Deus é uma grande responsabilidade! Um dia eu estarei diante do Senhor Jesus Cristo e darei contas de cada ensinamento que transmiti, de cada palavra que falada à igreja (Mateus 12.36-37). Então, por favor, orem por mim.


Também tenho mantido diante dos meus olhos a passagem de Hebreus 13.17: “Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros”. É uma passagem dada diretamente aos membros das igrejas. Mas, como pastor, não consigo não perceber o que ela diz sobre os pastores: “pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas”. Como pastor, é meu dever cuidar das ovelhas do Grande Pastor, pois um dia prestarei contas a ele por cada ovelha. Tomem essa declaração de maneira bem pessoal, meus irmãos. Um dia eu estarei diante de Jesus, e ele me pedirá contas de cada um de vocês. Ele me arguirá a respeito de como tratei cada um de vocês, de como lidei com cada um de vocês em suas dificuldades, de como os pastoreei, de como os disciplinei e de como os sarei. E o Senhor deseja que vocês se portem de determinada maneira em relação a mim, para que eu cumpra o meu dever com alegria e não gemendo. Ah, irmãos, mas como gemo! Como gemo! Muitas são as noites em que não prego os olhos pensando em vocês. Quantas vezes, durante a madrugada, parei os meus estudos, recostei-me à minha cadeira ou me ajoelhei ao chão para orar por alguns de vocês! E ai de mim se eu não fizer isso! Como aflige saber que as palavras de quem não prestará contas por vocês, muitas vezes, tem mais peso!


Eu lembro do que John Flavel, um ministro puritano do século 17, disse a respeito das dores do ministério: “Os labores do ministério secarão a medula dos seus ossos, apressarão a velhice e a morte. Eles estão bem ajustados em comparação com a labuta dos homens na colheita, aos sofrimentos de uma mulher em trabalho de parto, e às agonias de soldados na extremidade de uma batalha. Nós temos de vigiar quando os outros dormem. E, de fato, não é tanto o custo dos nossos trabalhos, como o desprezo deles, que nos mata. Não acontece conosco como acontece com outros trabalhadores: eles acham seu trabalho como o deixaram, mas nós, não. Pecado e Satanás bagunçam quase tudo o que fazemos. As impressões que deixamos sobre as almas do nosso povo num sermão, desaparecem antes do próximo [...] Sim, temos de lutar em defesa das verdades que pregamos, bem como estudá-los até ficarmos pálidos, e pregá-las até ao ponto de desmaiarmos. Receberemos peitos doloridos, dores nas costas e pernas trêmulas”. As pessoas riem quando falo dos meus cabelos brancos como ligados ao pastorado. John Flavel concordaria.


Ah! O Dia do Senhor! Que o Senhor tenha misericórdia de mim!

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