A história dos dois vasos
Tinha um homem que vendia água. Buscava água e levava água para o rei. Ele tinha uma mula, uma cangalha, um jacá (jacá é aquele balaio grande), e dentro do jacá ele colocava dois vasos grandes. Então ele ia com a mangueira lá embaixo, descia lá e enchia os dois vasos. Depois ele ia com a mula pelo caminho e vendia a água por litro. E assim, todo dia ele fazia. Andava três ou quatro quilômetros.
Mas ele não sabia que os vasos tinham o dom de falar. E um daqueles vasos era rachado até a metade. E aquele vazio tinha um complexo de inferioridade, porque o outro vaso todo dia fazia questão de dizer pra ele:
- Quantos litros você conseguiu levar?
E enquanto aquele vazo que era inteiro levava 100 litros de água, cada litro um real que fosse, cem reais… Aquele outro vaso, que tinha uma rachadura do lado, levava 60, 50 litros. E todo dia o dono do vaso enchia os dois. Os dois recebiam 100 litros. Um chegava lá com 100 litros. O outro tinha uma rachadura, chegava com 60, com 50… E a maior humilhação dele era essa. Aquele vaso foi ficando triste! E toda noite o vaso bonito:
- E hoje? Conseguiu segurar pelo menos uns sessenta? Você já viu que você é um peso, rapaz? Você é rachado. Vaso feio. Vaso estragado.
O patrão, dono dos vasos, começou a perceber que o vaso estava triste, mas ele não sabia que vaso falava. Um dia ele pôs a mão no vaso e pensou em voz alta (e o vaso escuta pensamento, tem um anjo que cuida desse departamento)… Ele pensou:
- Por que esse vaso está com essa cara triste?
E o vaso aproveitou e falou:
- Eu sou um vaso rachado. Eu sou vaso estragado. Eu não sei porque o Senhor está comigo até hoje. Toda noite eu tenho que escutar o outro colega lá, o vasão chique, o vasão carismático, aquele vasão que leva sempre cem… E eu fico pensando porque o senhor não me joga fora!
O dono dos vasos disse:
- Amanhã, quando nós formos buscar água, eu queria que você em vez de ficar com a cabeça baixa, como você fica, olhando pra si mesmo, que você desse uma olhadinha em volta na estrada.
E aquele dia, ele percebeu. A estrada, aquele caminho difícil, o lado dele era cheio de flores. O lado do outro era seco. E quando chegou lá em cima, que o patrão vendeu a água e esvaziou, ele foi agradecer ao patrão. Porque o patrão percebendo que ele tinha essa rachadura, e que ele vinha vazando água pelo caminho afora, aproveitou pra ir semeando flores e plantas. Enquanto ele ia levando o que conseguia, ia regando cada dia o seu caminho. E o lado do seu caminho era florido. O lado do outro era seco.
Meu irmão, Deus não quer que você chegue lá no Céu como um vaso cheio. O cristão nasceu para regar com a Água Viva do Espírito Santo o seu caminho e o dos outros. Esse é o verdadeiro sentido da nossa vida.
Talvez você seja um vaso estragado, rachado, quebrado. Deixa essa fonte de Água Viva encher você! Porque rachado, quebrado, estragado, você será um vaso cheio desse amor de Deus. E dentro de você vai brotar um rio de Água Viva que você vai deixando pelo caminho.
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