O cristão não é chamado para fazer apenas o que é bom e justo perante uma pessoa, a sociedade ou a lei, mas para ir além disto. É chamado para dar a outra face, amar o inimigo e andar a segunda milha. Não é um chamado fácil, porém, é um chamado possível, tão somente pela graça de Deus.
Paulo, escrevendo à Filemom sobre Onésimo diz: “Certo, como estou, da tua obediência, eu te escrevo, sabendo que farás mais do que estou pedindo” (Fm 1:21). Paulo havia pedido que Onésimo fosse recebido como “irmão caríssimo”, não como escravo. E, aqui, ele revela que espera que Filemom faça ainda mais, que vá além do pedido, que ande a segunda milha. Possivelmente se refere a libertar Onésimo, perdoar-lhe a dívida e recebe-lo como família em sua casa. O certo é que Paulo faz uso de um princípio cristão, ensinado diretamente pelo Senhor Jesus: andar a segunda milha.
Não é fácil andar a segunda milha. A primeira já foi difícil e complicada. Houve sofrimento e decepções. Foi necessário relevar e deixar de lado tantas coisas que feriram o coração. Agora, mais uma milha?
As palavras exatas de Jesus foram: “Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas” (Mt 5:41). Não se trata de uma milha andada por vontade própria, pois fomos obrigados a anda-la. Mas Jesus acrescenta: “vai com ele duas”. E Ele expõe o princípio logo a frente, quando diz: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mt 5:43-44).
Com quem você precisa andar a segunda milha? A quem você deve perdoar, abrir o seu coração e voltar a caminhar de perto? Que Deus nos ajude a termos os corações mais cheios de amor e compaixão. Não por sermos bons, ou por vermos bondade nos outros, mas pela incrível, maravilhosa, insuperável e magnífica misericórdia do Senhor para conosco, que se renova a cada manhã.
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