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quarta-feira, 24 de maio de 2023

OUVIMOS



Vemos, ouvimos ou experimentamos injustiças todos os dias. São desabrigados que não têm casa, famintos sem alimento, aflitos sem esperança. Há aqueles que foram passados para trás, sofreram um golpe, roubo, assalto ou algo pior. O que falar da vítima da bala perdida, da violência explícita, do ataque doméstico e do trabalho mal pago? O que fazer perante a injustiça terrena?


O apóstolo Paulo estava consciente das injustiças, não compactuava com as mesmas e, em alguns momentos, fazia acusações sérias. Ele deixou evidente que Deus odeia as injustiças, que o cristão deve ser um cidadão que busca a justiça e a verdade, e que a igreja deve abraçar e socorrer os aflitos e injustiçados. Havia, porém, algo mais. 


Nesse momento da sua carta à Filemom, o apóstolo estava lidando com uma injustiça promovida pela sociedade, que é uma das práticas mais abomináveis de toda a história humana: a escravidão. 


Onésimo era escravo de Filemom. Era prática geral no império romano (e em quase todos os outros povos da época) ter escravos, que eram comprados ou herdados, e se tornavam posse de seus senhores. Onésimo era um deles. 


Roubando algo, Onésimo fugiu para Roma, encontrou-se com Paulo e veio ao Senhor Jesus. Paulo agora o envia de volta. E podemos perguntar: por que Paulo não pede a Filemom que o liberte? Vamos entender que Paulo fez mais do que isto.


Em Filemom 1:16 lemos o pedido de Paulo, que o receba “não como escravo; antes, muito acima de escravo, como irmão caríssimo, especialmente de mim e, com maior razão, de ti, quer na carne, quer no Senhor”.


O apóstolo tinha uma forma peculiar para tratar as injustiças da terra. Ele chamava a atenção primeiramente para a justiça do Reino de Deus. Assim, ele não pede à Filemom para livrar Onésimo da punição, deixando de envia-lo às autoridades onde poderia ser preso, chicoteado ou até morto. Nem mesmo pede que o liberte da escravidão, dando-lhe sua carta de liberdade. Faz algo muito superior: pede que Onésimo seja recebido como “irmão caríssimo” e “não como escravo”. Paulo estava falando a linguagem do Reino. Aquele que olha o outro como “irmão caríssimo” irá recebê-lo com amor e abraço, fazer-lhe justiça e promover a paz. Todos os demais pedidos estavam implícitos.


Paulo sabia que o cristão deveria acusar as injustiças, socorrer o aflito e promover a justiça na sociedade. Sim, devemos ser sal que salga e luz que brilha, levantando a bandeira da verdade, da justiça e da paz por meio do testemunho, palavras, profissões, ensino, influência e relações. 


Mas ele entendia algo superior, que é o ponto alto desse verso: que a solução plena para as mazelas do coração do homem, dos seus relacionamentos e da própria sociedade não se encontra nas estruturas políticas, constituições elaboradas, tribunais ou acordos humanos, mas em Cristo Jesus. Assim, abrace, proclame e promova o evangelho de Cristo, que trás verdadeira e eterna justiça, alegria e paz! Não há nada mais transformador.



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